apartamentos compactos independência jovens
Imagem: AntonioGuillem/iStock

Uma classe média “absolutamente achatada” e forte demanda por imóveis com mais conforto e qualidade, são algumas das mudanças recentes no mercado imobiliário brasileiro, na visão de Leandro Melnick, CEO da construtora gaúcha Melnick, em entrevista ao jornal O Globo.

A empresa atua há 55 anos no segmento médio e alto padrão no Sul e São Paulo, e passará por reestruturação em 2026, acompanhando as mudanças neste mercado. Entre elas está o perfil do jovem comprador de imóvel.

“Hoje eles [os jovens] não não pensam em (primeiro) comprar e mobiliar um apartamento (para só então sair de casa). Agora a ideia é ser independente e sair de casa mais rápido. Ir para um apartamento pequeno, num prédio com serviço”, aponta Melnik.

Segundo o executivo, entre a necessidade de independência e a falta de tempo para acumular capital, os jovens vão preferir os apartamentos com áreas comuns maiores. “O prédio substitui o clube e virou comunidade”, reforça o executivo.

De olho em tendências como essa, a construtora se dividirá em quatro unidades especializadas: incorporação, urbanização, consultoria e projetos, além da Open Construtora para o segmento econômico.

Segmento econômico ganha força

Leandro Melnick destaca o potencial do mercado econômico no cenário atual, em que produtos são subsidiados. “Neste momento, estou vendo o econômico com maior potencial, sem dúvida”, afirma.

O executivo atribui o crescimento à ampliação do Minha Casa, Minha Vida e ao “achatamento da classe média”. Por outro lado, o CEO observa evolução no segmento popular.

“Antes, todo o foco era diminuir o custo. Torres baixas, sem elevador, o menor número de tomadas”, explica. Hoje, projetos incluem closets e dois banheiros para apartamentos de dois dormitórios. Ou seja, é preciso criar mais conforto e design.

Plantas se adaptam aos novos modelos familiares

“Tradicionalmente, todo imóvel de alto padrão tinha cozinha fechada e ampla, além de um quarto de empregada. Isso fazia parte do pacote”, explica Melnick, afirmando que isso ficou para trás.

Assim como já acontece nos Estados Unidos — onde a própria família cozinha, e a cozinha é integrada à sala — em São Paulo, as construções caminham para esta.

“Temos desenvolvido vários projetos assim. Há uma integração maior entre áreas de serviço e social, acompanhando famílias que têm menos empregados domésticos. Ninguém tem dúvida de que a próxima geração não terá mais um empregado que durma em casa”, reforça o executivo.

Alto padrão busca bem-estar

No segmento de luxo, Melnick também identifica uma nova tendência: “Ter tempo é o novo luxo. Qualidade de vida, longevidade”, afirma.

Segundo ele, o bem-estar está à frente da ostentação. “É uma tendência incremental. A Ferrari vermelha não é mais a ostentação. Já foi. Teve um momento em que a ostentação era mostrar que se tinha mais que o outro. Aquela arquitetura dos edifícios espelhados, envidraçados, conversava com a lógica da ostentação”, explica.

De acordo com o executivo, a tendência atual é a arquitetura verde, com uso de aço e concreto, linhas minimalistas e elementos naturais, seguindo a ideia de proporcionar mais tranquilidade ao ambiente.

Melnick vê risco de “superoferta” no mercado premium, tamanho movimento favorável da alta renda no setor imobiliário.

*Com informações de O Globo

Marcela Guimaraes
Marcela Guimarães

editora/redatora

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)