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Imagem: Leila Melhado/iStock

O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, afirmou na quinta-feira (27) que o desenvolvimento do mercado secundário habitacional representará uma transformação fundamental no setor imobiliário brasileiro. Durante apresentação dos resultados do terceiro trimestre em São Paulo, ele destacou que o modelo trará benefícios tanto para investidores quanto para o crescimento do mercado.

“Ele gera a possibilidade de que os investidores que optam pela renda fixa tenham certeza de retorno. Para nós, é a possibilidade de crescimento deste mercado”, disse Vieira.

O executivo classificou as alterações no sistema de funding para o crédito habitacional como “mudanças estruturais importantíssimas” para o setor. A iniciativa contou com a participação do BC (Banco Central) e instituições financeiras.

Mudanças estruturais começam em 2027

A partir de 2027, não haverá mais direcionamento de recursos da poupança para o crédito imobiliário. Os bancos terão de captar recursos no mercado, por exemplo, com emissão de letras de crédito imobiliário (LCIs).

Dessa forma, as instituições financeiras deverão destinar volume equivalente para financiamento imobiliário em prazo entre cinco a sete anos. Do montante destinado ao crédito habitacional, 80% terão de ser feitos no SFH (Sistema Financeiro de Habitação), com taxas limitadas a até 12% mais a TR (Taxa Referencial).

Para Vieira, o mercado deve se estabelecer após período de transição em 2026. A Caixa já destinou R$ 38 bilhões nos próximos 12 meses para essa medida.

Carteira de habitação supera projeções

A carteira de habitação da Caixa deve crescer em 2025 acima da projeção do banco, de acordo com o vice-presidente financeiro do banco, Marcos Brasiliano. A projeção é de aumento de 7,5% a 11,5% ante 2024.

No acumulado de janeiro a setembro, já houve avanço de 11,4%. A expectativa é que as concessões cresçam no quarto trimestre, impulsionadas pelas mudanças no modelo de crédito imobiliário anunciadas em outubro.

Vieira também prevê R$ 1 trilhão em financiamento habitacional nos próximos 10 anos. Segundo ele, no terceiro trimestre, a margem financeira totalizou R$ 16,523 bilhões, o que representa um crescimento de 14% em relação ao mesmo período de 2024.

Tranquilidade sobre inadimplência e otimista para crédito imobiliário

Também nesta quinta-feira, executivos da Caixa apontaram que a instituição está “segura” em relação aos seus níveis de provisão para créditos de liquidação duvidosa, e “tranquila” sobre o comportamento da inadimplência.

O banco também adotou um tom otimista para o crédito imobiliário após mudanças no funding. “A habitação continua sendo e será durante muito tempo, certamente, a nossa grande alavanca”, disse o presidente Carlos Vieira ao portal UOL. “Isso nos permite vislumbrar algo em torno de R$ 1 trilhão nos próximos dez anos.”

A inadimplência acima de 90 dias subiu para 3,01% no terceiro trimestre, ante 2,27% um ano antes. No crédito imobiliário ficou em 1,3%. A provisão alcançou R$ 5,07 bilhões, alta de 64,5% no ano.

No entanto, o vice-presidente Marcos Brasiliano afirmou que o banco está seguro sobre o volume de provisões. Ele destacou que a Caixa não percebe uma crise de renda e de emprego, mas um reflexo dos juros altos que tendem a arrefecer com um provável início de um ciclo de cortes.

“Quando começamos a pensar em 2026 enxergamos uma oportunidade com uma possível redução da taxa de juros.”

*Com informações de Poder 360, Valor e UOL/ Reuters

Marcela Guimaraes
Marcela Guimarães

editora/redatora

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)

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