
O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Antônio Vieira, afirmou que o maior desafio atual do banco é a digitalização. Após superar a questão habitacional, a instituição foca na modernização e sustentabilidade, segundo entrevista ao portal InfoMoney.
“O grande desafio da Caixa é o processo de modernização da empresa”, disse Vieira. Ele destacou que, no momento da transformação digital mundial, a Caixa também busca “se tornar uma empresa reconhecida em sustentabilidade”.
Crédito imobiliário cresceu de R$ 5 bi para R$ 225 bi
O executivo ressaltou a evolução do crédito imobiliário no país, que passou de R$ 5 bilhões anuais no início dos anos 2000 para R$ 225 bilhões atualmente, representando 10% do PIB. “Já temos hoje 70% do mercado de crédito imobiliário no país. Queremos ter 40% desse mercado, mas que ele seja muito maior”.
Sobre a nova política habitacional para a classe média, Vieira explicou que o banco amplia sua atuação para esse público, com revisão de segmentação e oferta de produtos visando fidelizar clientes.
Na conversa, Vieira também aponta que a possível queda da Selic em 2026 deve provocar uma geração de financiamentos extras que pode superar a estimativa de 80 mil unidades do ministro das Cidades, Jader Filho.
“Temos a expectativa de, nos próximos 10 anos, colocar mais R$ 1 trilhão no mercado de crédito imobiliário, com a reestruturação feita de uma maneira muito própria pelo Banco Central e pelo Ministério da Fazenda. A queda da taxa de juros, que é uma expectativa de médio prazo, faz com que a gente crie no Brasil o chamado mercado secundário do crédito imobiliário de forma efetiva. Essa conjunção de elementos, sinceramente, acho que leva para mais de 80 mil novos usuários”, disse Vieira.
Sobre a nova política habitacional para a classe média, especialmente com renda de R$ 12 a R$ 20 mil, Vieira explicou que o banco amplia sua atuação para esse público. “Essa classe era usuária de alguns serviços na Caixa e nós estamos no processo de trazê-los para ter a Caixa como banco da sua principalidade”, disse.
Investimentos em cibersegurança e super app
O banco criou uma diretoria específica de cibersegurança há cerca de um mês e registrou redução significativa nas fraudes, principalmente no aplicativo Caixa Tem, com “os menores índices dos últimos quatro anos em agosto”. Dessa maneira, medidas de proteção por reconhecimento facial e biometria garantem que “são os verdadeiros usuários do programa que estão recebendo recursos”.
Entre os lançamentos futuros, Vieira destacou investimentos em cibersegurança, com criação recente de diretoria específica há cerca de um mês. O Projeto TEIA (Transformação, Engajamento, Inovação e Aprendizado), que começou com 36 pessoas e hoje tem 1.500 desenvolvedores promovendo a modernização.
O banco também planeja lançar um super app para o primeiro semestre de 2026.
O “xodó” do presidente é a potencial criação da Fundação Caixa, entidade sem fins lucrativos para apoiar projetos em educação, assistência social, cultura, esporte, ciência e tecnologia. O projeto aguarda votação no Senado. “A Fundação Caixa tem como princípio agregar aquilo que é o propósito da empresa: transformar a vida das pessoas”, concluiu.
*Com informações de InfoMoney

