
O Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci) está sendo investigado por repasses de R$ 18,4 milhões entre 2018 e 2024 para a empresa do próprio presidente, João Teodoro da Silva. As transferências foram feitas sem licitação.
A Federação Nacional de Corretores de Imóveis (Fenaci), que representa 700 mil profissionais, protocolou duas ações civis na Justiça Federal do Distrito Federal, pedindo o afastamento de Teodoro e outros diretores que estariam, supostamente, envolvidos no esquema.
Nas ações, Teodoro é acusado de improbidade administrativa e desvio de finalidade no exercício da função pública.
Família controla empresa beneficiada
Teodoro é sócio da esposa, Jucélia Laba Ferreira da Silva, e do filho, Daros Augusto Teodoro da Silva, na Redimob. A empresa foi fundada em 2005, tem sede em Brasília e atua como “provedor de acesso a redes de comunicações”.
Em seu quadro de sócios, a Redimob inclui outros diretores do Cofeci, entre eles o coordenador nacional das eleições da entidade, Luiz Cláudio Nasser Silva. A Fenaci sustenta que o conselho não realiza licitações para contratos desde 2016.
“Nem por meio de processo licitatório a contratação da associação em questão poderia ocorrer, ainda mais com a transferência de valores tão vultosos e por tanto tempo”, afirma o documento da federação divulgado pelo portal Metrópoles.
Ainda de acordo com a Fenaci, a Redimob funciona nas mesmas instalações do Cofeci em Brasília. A intenção seria facilitar, segundo o denunciante, a destruição de provas e dificultar as investigações do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF), que apuram as supostas irregularidades.
“Em data recente, seus funcionários [do conselho] foram obrigados a realizar a retirada de aparelhos de informática com trabalhos da Redimob que estavam dentro do Cofeci, transferidos para outras unidades no mesmo edifício, certamente no intuito de ocultar e descartar provas”, denuncia o MP na ação judicial.
A Fenaci pede a anulação dos contratos firmados pelo Cofeci, ressarcimento dos R$ 18,4 milhões e condenação dos envolvidos no suposto esquema fraudulento.
*Com informações de Metrópoles