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Imagem: Luisrftc/iStock

Megaempreendimentos na capital paulista estão ocupando grandes áreas com prédios residenciais e comerciais que formam “minicidades” na metrópole. O modelo atrai famílias pela segurança privada e mistura moradia com comércio e serviços.

O ‘Cidade Sete Sóis’, da MRV, em Pirituba, ocupa 1,7 milhão de metros quadrados – maior que o Parque Ibirapuera. Na outra ponta, o Parque Global tem 218 mil metros quadrados às margens da Marginal Pinheiros para torres de luxo e futuros empreendimentos comerciais.

Esses projetos trocam o conceito de condomínios fechados pelo de “bairros planejados”, com ruas de livre circulação, parques e centros comerciais. A tendência se reproduz na Região Metropolitana e mira tanto a alta renda como as classes populares.

Vantagens financeiras impulsionam o modelo

Para o mercado imobiliário, o modelo permite produção constante de edificações barateando custos das obras. As leis municipais exigem destinação de área pública em empreendimentos acima de 20 mil metros quadrados. Com mais de 40 mil metros, torna-se obrigatório o parcelamento do terreno.

Por outro lado, críticos afirmam que produz bairros pouco diversos e desconectados da cidade.”Você só vive entre iguais. Nos limites do empreendimento, há um determinado padrão de morador, de comércio, de atividades. Essa homogeneização é vista pelo mercado como virtude, mas, do ponto de vista urbanístico, é um grave problema”, argumenta Fábio Mariz Gonçalves, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP ao O Globo.

Já as empresas justificam que os projetos surgem pela dificuldade de adquirir grandes terrenos na capital. A RZK Empreendimentos é um exemplo: comprou 450 mil metros quadrados para o Reserva Raposo, na zona Oeste, quase na divisa com Osasco, em 2013.

Megaprojetos transformam regiões inteiras

No Reserva Raposo, 15 condomínios já foram entregues e mais 20 estão em construção, todos para habitação de interesse social (HIS). Quando concluído em 2033, deve abrigar de 80 a 90 mil pessoas.

“O projeto nasce de uma intenção de transformação social”, explica Verena Balas, diretora da RZK Empreendimentos. As ruas públicas têm segurança privada com câmeras e vigilantes 24 horas.

Outro exemplo é o Jardim das Perdizes, da Tecnisa, na Barra Funda, que se autodenomina um bairro planejado. São 250 mil metros quadrados com 11 prédios residenciais de alto padrão e um parque de 46 mil metros aberto ao público.

Fernando Tadeu Perez, CEO (Chief Executive Officer) da Tecnisa, vê essa tendência como sólida: “Esse tipo de desenvolvimento atende a uma nova demanda social que valoriza tempo, bem-estar e mobilidade inteligente”, afirma

O Parque Global, maior do gênero na América Latina em valor (R$ 14,2 bilhões), planeja shopping de luxo e unidade do Hospital Albert Einstein. André De Marchi, diretor de incorporação da empresa, busca a ideia de “cidade em 15 minutos, onde você pode morar, trabalhar, ter saúde”.

*Com informações de O Globo

Marcela Guimaraes
Marcela Guimarães

editora/redatora

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)