
Na contramão do movimento que virou quase regra entre corretores de imóveis – gravar vídeos para redes sociais – duas profissionais de São Paulo mostram que não é preciso virar influencer digital para ter sucesso na carreira.
Renée Nussbaumer e Raquel Mendes evitam exposição pessoal nas redes, mas vendem até 15 imóveis por ano, com valores na casa dos R$ 20 milhões. Elas contam que apostam em discrição, conhecimento do mercado e relacionamento de longo prazo com clientes de alto padrão.
Corretora “old school” aposta na discrição
Em entrevista ao Metro Quadrado, Renée-Claire se mostra uma corretora “old school”. Ela construiu uma carteira de clientes de alto padrão antes do boom das redes sociais. Por isso, pode se dar o luxo de não se expor. Seu Instagram é fechado, com apenas 528 seguidores.
Em vez de vídeos performáticos, aposta numa cartilha testada: conhece ruas e edifícios, colhe informações com porteiros e investe no relacionamento para fidelizar clientes, que vão de banqueiros a astros do futebol. Enquanto coleta informações sem se preocupar em gravar os vídeos performáticos, uma fotógrafa contratada trabalha discretamente, registrando imagens dos imóveis.
Os vídeos sem rosto viram anúncios impulsionados pela Prateleira de Imóveis, imobiliária boutique que fundou com Raquel Mendes. Para elas, as redes sociais já superam plataformas como Viva Real e ZAP Imóveis.
As duas delegam os impulsionamentos para a Pilar, plataforma que apoia corretores com marketing e jurídico. Segundo a empesa quase 100% dos seus 750 corretores usam redes sociais, e estima que 70% a 80% mostram o rosto. Raquel e Renée fazem parte dos corretores com perfil ‘low profile’.
Vendas milionárias sem crise
Renée e Raquel vendem unidades que chegam a R$ 20 milhões. No segmento em que atuam, não sentem crise. “Tudo o que lançam vende rápido”, disse Renée.
As sócias perceberam que uma boa estratégia era fidelizar as famílias com as quais elas trabalham, já que os filhos crescem e também podem comprar apartamentos. Nos últimos anos, Renée percebeu que filhos de famílias judaicas de Higienópolis migram para Itaim Bibi e Jardins, por exemplo.
“Os mais velhos preferem ficar perto da colônia, mas os jovens querem estar perto dos bancos onde trabalham”, explica Renée.
Durante visitas a apartamentos entre R$ 18 e R$ 26 milhões na Faria Lima, as sócias decidiram abrir um escritório na região e expandir a clientela, antes focada na zona Oeste.
*Com informações de Metro Quadrado

