CPI construtoras São Paulo
Imagem: JONGHO SHIN/IStock

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Municipal de São Paulo, que investiga venda e aluguel de apartamentos populares a pessoas de maior renda na capital, ameaça levar à força para depoimento 14 empresas do mercado imobiliário. Representantes de empresas como Cury, Cyrela, Kallas, Even, Direcional, Helbor e Vitacon podem passar pela chamada ‘condução coercitiva’.

A Câmara explica que condução coercitiva é medida usada para levar, sob escolta policial, testemunhas que se negam a comparecer voluntariamente”. O procedimento foi usado recentemente na CPI dos Pancadões. A medida, porém, será aplicada caso as empresas não compareçam à próxima convocação da CPI.

A investigação apura o “desvirtuamento” de imóveis erguidos com incentivos municipais à Habitação de Interesse Social (HIS) e Habitação de Mercado Popular (HMP).

O caso ganhou repercussão após ação do Ministério Público de São Paulo identificar possíveis fraudes em empreendimentos em bairros nobres como Itaim Bibi, Pinheiros e Vila Leopoldina. Na política habitacional, empresas são responsáveis pela destinação ao público-alvo sem envolvimento direto do poder público.

Incorporadoras na mira da investigação

A lista da CPI inclui as principais empresas do mercado imobiliário paulistano. Entre elas está a Cury, recentemente condenada a pagar R$ 800 mil a clientes por desconhecerem a restrição de imóveis populares. Outra convocada é a Benx, uma das primeiras multadas pela Prefeitura por supostos “desvios”.

Também figuram nesta lista as gigantes Cyrela, Kallas, Even, Direcional, Helbor e Vitacon. O fundador da Vitacon, Alexandre Frankel, compareceu à CPI em outubro, mas chegou atrasado e se retirou antes do depoimento.

Grande parte dessas empresas recebeu notificação da Prefeitura neste ano para esclarecer a destinação das unidades HIS e HMP de seus empreendimentos.

Empresas justificam ausências

As empresas, procuradas pelo jornal Estadão, indicaram estar à disposição para esclarecimentos. A Benx afirma seguir “rigorosamente a legislação vigente” e ter fornecido “todas as informações solicitadas”. A Vitacon destaca que seu representante “já compareceu à CPI” e “foi formalmente dispensado”.

A Direcional justifica ausência por convocação enviada a “endereço equivocado”. A Infinity alega que seu representante estava em licença-paternidade.

A CPI, iniciada em setembro, possivelmente será estendida para 2026. Há requerimento tramitando na Câmara para ampliação por mais 120 dias. Dados recentes mostram que HIS e HMP representam 75% das unidades autorizadas no sistema Aprova Digital municipal.

*Com informações de Estadão

Marcela Guimaraes
Marcela Guimarães

editora/redatora

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)