inadimplência condominial
Imagem: Eduardo Garlant/iStock

A inadimplência condominial atingiu 11,95% no primeiro trimestre de 2025, o maior índice desde 2022, segundo dados da plataforma de gestão condominial uCondo. O cenário é reflexo do apertado orçamento das famílias brasileiras e do alto nível de endividamento da população.

“Quando as pessoas param de pagar as taxas condominiais é porque provavelmente já deixaram de arcar com outras contas. É um sinal de alerta”, explica Léo Mack, cofundador da uCondo, em reportagem do Estadão.

O especialista aponta as altas taxas de juros (Selic a 15% ao ano) como fator que impacta diretamente o bolso dos brasileiros.

Taxa de condomínio sobe e inadimplência acompanha

O aumento da inadimplência acompanha o avanço do preço da taxa de condomínio. A média nacional passou de R$ 501 no último semestre de 2024 para R$ 516 neste ano, segundo levantamento da uCondo.

Outro estudo do Grupo Superlógica confirma a tendência, mostrando inadimplência de 6,80% em setembro, a segunda maior média do ano. “O aumento da inflação e da taxa de juros reduzem o poder de compra da população”, sugere João Baroni, diretor de crédito do Grupo Superlógica.

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 79,5% das famílias têm compromissos financeiros pendentes. Destes, 30,5% estão com dívidas atrasadas.

Empresas desenvolvem produtos contra inadimplência

O risco de atrasar reformas e manutenção por falta de pagamento criou mercado promissor para empresas que desenvolvem soluções para condomínios brasileiros.

O Grupo Superlógica captou R$ 75 milhões em 2021 para financiar o Inadimplência Zero, produto que garante o pagamento da taxa condominial. A empresa cobra de 1% a 10% do boleto mensal e já garantiu R$ 3,1 bilhões a 2,1 mil condomínios.

A LLZ Garantidora projeta crescimento de 35% este ano, com 2.700 clientes e previsão de encerrar o ano com R$ 2,6 bilhões garantidos. “É uma garantia de previsibilidade aos condomínios, mesmo em ciclos de baixa”, diz Zener Costa, CEO da empresa.

“O número de condomínios lançados no Brasil está crescendo ano a ano, mas essa gestão ainda é muito amadora”, diz Mack, da uCondo. A empresa desenvolveu assistente de inteligência artificial generativa que ajuda síndicos e administradores com dúvidas jurídicas e financeiras.

*Com informações de Estadão

Marcela Guimaraes
Marcela Guimarães

editora/redatora

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)