
A Prefeitura de São Paulo prepara o último leilão de Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPACs) da Água Espraiada, na zona sul da capital, e aposta nas medidas anunciadas recentemente pelo governo federal para estimular a demanda por certificados.
As iniciativas incluem a criação da Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida (MCMV) e as mudanças de regras do crédito imobiliário. A expectativa é que os incentivos reacendam o interesse das incorporadoras pela região, especialmente no Jabaquara.
Com a Faixa 4 do MCMV, o governo federal ampliou o limite de renda familiar para R$ 12 mil e aumentou o teto do preço dos imóveis para R$ 500 mil. O valor máximo financiado pelo Sistema Financeiro Habitacional (SFH) passou de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
Ainda de acordo com as mudanças, a parcela financiável pela Caixa voltou a ser de 80%. Junto com o Banco Central, o governo Lula alterou as regras de uso da poupança para financiamento imobiliário, com a expectativa de injetar R$ 50 bilhões na construção civil nos próximos anos.
“É possível que esse seja um eixo de descoberta para um novo perfil de população”, afirma Elisabete França, secretária de Urbanismo e Licenciamento da Prefeitura de São Paulo.
Operação urbana busca liquidar estoque final
A operação da Água Espraiada, criada há 25 anos para desenvolver regiões do Brooklin, Berrini, Marginal Pinheiros, Chucri Zaidan e Jabaquara, está chegando ao fim. Após seis leilões, a Prefeitura arrecadou aproximadamente R$ 3,4 bilhões com a venda de mais de 3,5 milhões de títulos.
Portanto, restam 922 mil unidades em estoque, equivalentes a 18% do total disponibilizado. O próximo leilão está previsto para o segundo semestre de 2026, com estudo de precificação já em contratação.
Novos incentivos para atrair incorporadoras
Para estimular o interesse, a Prefeitura criou incentivos urbanísticos. A cada 3 m² de Habitação de Interesse Social (HIS) construídos no Jabaquara, incorporadores podem adquirir 1 m² de potencial adicional em outro setor.
A cota de solidariedade determina que 10% da área construída seja destinada à produção de HIS.
“Adaptamos os benefícios para que, quando for realizado o próximo leilão, a região seja tão atrativa quanto outras áreas da cidade”, diz França.
*Com informações de Metro Quadrado

