imóveis tombado
Imagem: dabldy/iStock

A escassez de terrenos na zona Sul do Rio tem levado incorporadoras a enxergar os lotes com imóveis tombados como uma alternativa viável. As empresas passaram a restaurar construções históricas e erguer novos empreendimentos nas áreas livres dos terrenos.

A RJDI, por exemplo, desenvolveu um projeto em Ipanema aproveitando o espaço disponível em um lote para construir um bloco adicional, sem interferir na visão da casa preservada. O terreno abrigará sete estúdios após restauração completa.

“Muita gente gosta de comprar dentro da casa restaurada porque acha que o imóvel é mais charmoso. Quando dá para criar um pouco no terreno, o restauro da casa tombada é justificável porque traz volume suficiente”, argumenta Jomar Monnerat, sócio-fundador da RJDI.

Mudanças regulatórias facilitam aproveitamento

Nos últimos anos, o IRPH (Instituto Rio Patrimônio da Humanidade) flexibilizou critérios para intervenções em imóveis protegidos. E a Lei Complementar nº 232/2021 estabeleceu regras para reconversão desses bens, permitindo novos usos mediante preservação.

Além disso, o Código de Obras atualizado em 2018 autoriza mudança de uso e novas construções no mesmo terreno, com aprovação dos órgãos patrimoniais. E o fato de unidades em imóveis tombados receberem isenção total de IPTU, tornou essa tendência mais atrativa.

A SIG Engenharia conduz dois empreendimentos nesse modelo. Em Ipanema, uma casa dos anos 1930 vira área de lazer. Já na Urca, um casarão histórico vai receber 11 estúdios, enquanto o seu anexo se transformará em um apartamento de dois quartos.

“A palavra tombado, aqui no Rio, é sinônimo de morto. Várias casas, por serem tombadas, não tinham aproveitamento comercial no terreno, e estavam praticamente abandonadas”, aponta Otávio Grimberg, sócio-fundador da SIG.

Em Botafogo, a ARKT planeja contruir uma galeria de arte em outra casa tombada, integrada ao projeto residencial. Henrique Blecher, CEO da empresa, defende o modelo: “Incorporar com patrimônio é uma maneira inteligente de produzir novo estoque sem romper com a memória urbana.”

*Com informações de Metro Quadrado

Marcela Guimaraes
Marcela Guimarães

editora/redatora

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)