imóveis econômicos
Imagem: dabldy/iStock

O crescimento das vendas de imóveis econômicos, mesmo diante do patamar elevado da taxa de juros no Brasil, tem atraído incorporadoras de alto padrão para o segmento.

A lógica de negócios é simples: as vendas de apartamentos por meio do programa Minha Casa, Minha Vida se dão com taxa de juros de financiamento controlada. Isso permite que compradores consigam encaixar as parcelas no orçamento familiar e que as incorporadoras vendam rapidamente as unidades construídas.

Diante desse cenário, incorporadoras de fora de São Paulo decidem explorar o segmento na capital paulista, seguindo o caminho já feito por grandes como a Cyrela. A empresa criou a unidade Vivaz para lançar apartamentos de até R$ 500 mil.

O nascimento de marcas específicas para baixa renda

A Marquise, de Fortaleza (CE), decidiu expandir para São Paulo com a marca M.Lar, voltada ao segmento popular. A construtora, que já ergueu empreendimento de luxo na Vila Nova Conceição com unidades de R$ 6,6 milhões, agora prepara projetos para o Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

“Teremos um foco grande em terrenos que tenham boa infraestrutura de mobilidade. Isso é um atrativo importante para o segmento econômico, assim como a qualidade do produto em si”, afirma uma das CEOs da Marquise, Carla Pontes, em entrevista ao Estadão.

Os empreendimentos em SP terão duas torres, com plantas de 30 a 50 metros quadrados (m²). O primeiro empreendimento será na Água Branca, zona oeste da cidade, e terá apartamentos de até R$ 350 mil. A empresa está formando ainda um banco de terrenos há cerca de um ano para garantir lançamentos encadeados.

Outra incorporadora a mirar os projetos econômicos foi a One Innovation, conhecida por estúdios de alto padrão. Ela também criou uma nova marca para atuar no segmento, chamada Moby Life.

Segundo Paulo Petrin, vice-presidente da One Innovation, a nova unidade de negócios é considerada um produto defensivo no portfólio da empresa. “Ela vai ficar cada vez mais relevante porque existe uma grande demanda de habitação. Ficou realmente muito difícil para a classe média, em função da taxa de juros”, afirma.

O executivo conta que já tem seis terrenos comprados para fazer lançamentos de empreendimentos a partir de 2026. Para 2026, o foco é levar o VGV (Valor Geral de Vendas) para um valor entre R$ 400 e R$ 500 milhões.

Mercado econômico representa 60% das vendas

De acordo com dados do Secovi-SP (Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo), nos últimos 12 meses até agosto, os imóveis econômicos representam 60% das vendas da cidade, ante 53% de um ano antes, um aumento de 36%.

Os projetos do MCMV (Minha Casa, Minha Vida) deslancharam desde que as novas regras do programa passaram a valer, em 2023, com redução dos juros e aumento dos subsídios. Neste ano, a criação da faixa 4 do programa ampliou as possibilidades ao subir o limite de preço dos imóveis para R$ 500 mil.

*Com informações de Estadão

Marcela Guimaraes
Marcela Guimarães

editora/redatora

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)

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