O bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, experimenta um movimento de alta procura por casas desde a pandemia de Covid-19, tornando-se um dos endereços mais desejados da zona Sul. Porém, esse movimento não aparece nas estatísticas oficiais, pois as negociações acontecem em circuito paralelo de reformas e projetos exclusivos.
Segundo o Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secovi-RJ), não há lançamentos formais no bairro desde 2023 devido à escassez de terrenos. As transações envolvem principalmente casas para demolição ou reforma, vendidas diretamente a compradores de alto padrão.
Projetos exclusivos movimentam R$ 60 milhões
“Hoje, praticamente não existem incorporações tradicionais no bairro. Há muita procura de casas para demolir ou reformar. Quando aparece um terreno maior, capaz de abrigar um condomínio, vira uma oportunidade única”, explica Vasco Rodrigues, diretor-executivo da Fator Realty.
A Fator desenvolve projeto em parceria com a BSJ na Rua Pacheco Leão, em terreno que abrigava antigo estúdio da Globo. O espaço dará lugar a condomínio fechado de seis casas, com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 60 milhões.
“Sentimos a necessidade de atender quem quer morar em casa, mas não quer sair da zona Sul nem assumir sozinho uma obra particular. Esse público busca praticidade com segurança”, afirma Eicilio Britto, sócio da BSJ.
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Preservação histórica mantém horizontalidade
Nascido em torno do Jardim Botânico criado por Dom João VI em 1808, o bairro cresceu com forte identidade cultural e paisagística. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) garante a preservação, enquanto associações de moradores fiscalizam obras para manter a harmonia arquitetônica.
O Jardim Botânico é um dos poucos bairros da zona Sul onde a horizontalidade resiste, com ruas inteiras formadas por casas, diferentemente de Leblon, Ipanema e Copacabana. “É um bairro que consegue unir tradição e renovação”, destaca Sérgio Conde Caldas, arquiteto da Opy.
O metro quadrado varia entre R$ 18 mil e R$ 22 mil em imóveis de alto padrão, valor competitivo comparado à Urca (R$ 30 mil) e Jardim Pernambuco (R$ 35 mil). Casas antigas custam entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões, atingindo R$ 7 milhões a R$ 12 milhões após reformas.
*Com informações de Metro Quadrado
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Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter (revista piauí, rádios CBN, revista GQ e Portal Loft), além de atuar como editora/editora-executiva/editora-chefe (SBT News, rádio CBN, Broadcast/Estadão, Globo Condé Nast e Curto News). Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)
