conjunto habitacional Raposo Tavares
Imagem: lamontak590623/iStock

Localizado no km 18,5 da Rodovia Raposo Tavares, na zona Oeste de São Paulo, o ‘Reserva Raposo’, da RZK Empreendimentos, é o maior conjunto habitacional de uso misto da América Latina. O empreendimento prevê 22 mil moradias até 2030, com capacidade para 80 mil pessoas.

O projeto já entregou mais de 4.490 unidades, com outras 7.332 em construção. Cerca de 10 mil pessoas já estão vivendo no endereço. E quando estiver concluído, terá 124 prédios e Valor Geral de Vendas (VGV) de mais de R$ 5 bilhões.

Os apartamentos têm cerca de 40 metros quadrados e dois quartos. Diferente da praxe do mercado, as unidades são entregues 100% acabadas, com piso, área molhada revestida, chuveiro, box de vidro e luminárias instaladas.

“O Raposo sempre foi sobre um projeto de transformação social e a ferramenta utilizada foi a incorporação imobiliária”, afirma Verena Balas, diretora de incorporação do Grupo Rezek.

Como moradia social, via Prefeitura de São Paulo e Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), os preços ficam limitados a cerca de R$ 210 mil. O governo estadual já investiu R$ 728 milhões no projeto, que inclui áreas verdes, comércios, creches e UBS. Haverá também videomonitoramento e seguranças em todo o condomínio, num sistema controlado por uma associação de moradores.

Desafios de infraestrutura e mobilidade

O megaempreendimento enfrenta, no entanto, problemas com o trânsito na Rodovia Raposo Tavares. A chegada de 80 mil pessoas deve agravar os constantes engarrafamentos na região, que tem oferta restrita de transporte coletivo.

Recentemente, o governador Tarcísio de Freitas anunciou a implementação de pedágios na rodovia, que devem impactar os moradores no acesso à Cotia.

Como contrapartida, a empresa construiu um terminal rodoviário na região. A Prefeitura de São Paulo informou que prepara planejamento para mobilidade urbana do empreendimento, mas ainda não definiu linhas de ônibus para o novo terminal.

“As linhas de ônibus que atenderão o novo terminal serão definidas com base na demanda identificada no início das atividades”, informou a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte (SMT) e a SPTrans.

Mas o trânsito não seria o único problema: questões infraestrutura como água, energia e esgoto podem ser mais sérios que o trânsito, aponta o professor Valter Caldana, da Universidade Presbiteriana Mackenzie. “A interface entre o novo empreendimento e a rede existente é motivo de grande preocupação”, avalia o especialista.

O projeto também inclui mais de 65 mil m² de área verde preservada e Parque Linear com 900 árvores.

Histórico de problemas e recuperação

Concebido em 2014, o projeto enfrentou batalha judicial sobre licenciamentos em 2018, com paralisação das obras revertida posteriormente.

Em 2022, o fundo NVRP11 registrou queda superior a 60% no valor das cotas, de R$ 1,2 mil em novembro de 2020 para R$ 150 atualmente. O desempenho refletiu as dificuldades enfrentadas pela construtora na execução das obras, em um momento de juros altos e efeitos da pandemia que trouxeram escassez de linhas de financiamento.

A construtora também enfrentou sérios vazamentos em unidades, com cenas de água jorrando que circularam em redes sociais. Mas a empresa conseguiu solucionar os problemas em cinco dias.

Segundo a RZK, os casos foram pontuais, ocorreram em dezembro de 2024 e foram resolvidos com os proprietários. “A unidade foi totalmente recuperada — a construtora solucionou 100% dos itens danificados, incluindo a troca integral das paredes” , informou a construtora.

*Com informações de Estadão

Marcela Guimaraes
Marcela Guimarães

editora/redatora

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)