
O número de brasileiros vivendo de aluguel alcançou 46,5 milhões em 2024, representando 21,9% da população total e estabelecendo um novo recorde histórico, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgados pelo IBGE.
O percentual de domicílios alugados subiu de 22,3% em 2023 para 23% em 2024, totalizando 17,8 milhões de imóveis. O crescimento representa um aumento de 45,4% em relação a 2016, quando eram 12,3 milhões de domicílios alugados (18,4% do total).
Em contrapartida, os domicílios próprios perderam participação, caindo de 66,8% em 2016 para 61,6% em 2024. “Se não se cria oportunidade para a população adquirir o seu imóvel, e a pessoa continua querendo a sua independência, tem de partir para o aluguel”, afirmou William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE.
O Centro-Oeste mantém o maior percentual de moradores em domicílios alugados (29,8%), seguido pelo Sudeste. O Norte apresenta a menor proporção (15,3%). Segundo Kratochwill, o resultado sinaliza “carência” de políticas para compra da casa própria no Brasil.
Os apartamentos ganharam espaço, chegando a 15,3% do total de domicílios em 2024, primeira vez que ultrapassaram 15% na série histórica. As casas representaram 84,5%, menor patamar registrado.
Os pesquisadores do IBGE apontam que mudanças culturais podem estar por trás do movimento, como a popularização de plataformas como Airbnb. Além disso, o processo de concentração urbana leva as pessoas a buscarem morar perto do trabalho e serviços nas cidades, onde o território é limitado.
O fenômeno não é necessariamente um indicador de vulnerabilidade social, uma vez que a renda vem aumentando nos últimos anos, e os estados com maior percentual de imóveis alugados estão na região mais rica do país, o Sudeste.
*Com informações de Folha de S.Paulo e UOL