Veja o resumo da noticia

  • MCMV reduziu preços de imóveis em SP, mas acesso à habitação ainda é difícil devido à renda média e altos valores de mercado.
  • Indicador de acesso habitacional em SP é de 57%, refletindo um desequilíbrio significativo em relação ao patamar ideal de 30%.
  • Plano Diretor de 2023 e MCMV, com limites de preço, impactaram a verticalização e a oferta de unidades habitacionais.
  • Capitais litorâneas como São Luís, Salvador e Maceió apresentam os piores índices de acesso à moradia no país.
  • Brasília e Porto Alegre se destacam com melhores índices, influenciados por fatores como características do DF e demografia.
  • Aluguéis em Belém foram impactados pela COP-30, com proprietários priorizando aluguéis de curta duração.
Minha Casa Minha Vida preços
Imagem: :alfexe/iStock

O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) contribuiu para reduzir os preços dos imóveis em São Paulo, mas a habitação permanece inacessível para a renda média da população. A mediana de preços na capital paulista caiu de R$ 960 mil em dezembro de 2024 para R$ 850 mil em setembro, segundo o Indicador de Acesso Habitacional do Instituto Cidades Responsivas, realizado .

Apesar da queda, o valor ainda é 2,2 vezes superior à capacidade de compra da população, que tem renda média domiciliar de R$ 10.080. O indicador de acesso atingiu 57% em São Paulo, quando o patamar equilibrado seria de 30%.

Para Luciana Fonseca, doutora em planejamento urbano e diretora do instituto, o MCMV contribuiu para a redução ao limitar preços em R$ 350 mil na faixa 3 e R$ 500 mil na faixa 4. O Plano Diretor revisado em 2023 também favoreceu a verticalização, ampliando a oferta de unidades.

A pesquisa abrange 27 capitais brasileiras, e nenhuma atingiu o equilíbrio. São Luís foi a menos acessível, com índice de 105% – preço mediano de R$ 780 mil ante renda média de R$ 5.054.

Cidades litorâneas lideram ranking de inacessibilidade

As cidades com piores indicadores são litorâneas ou turísticas. Além de São Luís, Salvador (94%), Maceió (86%) e Florianópolis (83%) estão entre as cinco piores. Apenas Brasília e Porto Alegre ficaram abaixo de 40%, ambas com 38%.

“É uma condição exclusiva do DF, que inviabiliza comparações”, afirma Guilherme Dalcin, mestre em planejamento urbano, sobre Brasília. Em Porto Alegre, a queda populacional de 1,41 milhão em 2010 para 1,33 milhão em 2022 reduziu a demanda.

No aluguel, São Paulo registra índice de 38%, com mediana de R$ 3.860 mensais. Já Belém foi a pior, com 92% e aluguel mediano de R$ 5.500, impactada pela COP-30. “É um evento que a dinâmica hoteleira da cidade não teria como comportar”, explica Dalcin.

“Por isso, os imóveis disponíveis foram direcionados para o aluguel de curta duração, que proporcionou aos proprietários ganhos superiores aos que contratos tradicionais gerariam em seis meses”, acrescenta o pesquisador.

*Com informações de Valor Econômico

Marcela Guimaraes
Marcela Guimarães

editora/redatora

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)