
A Prefeitura do Rio de Janeiro pretende leiloar, ainda neste ano, um terreno de cerca de 9 mil metros quadrados em frente à Escadaria Selarón, um dos pontos turísticos mais icônicos da cidade.
Atualmente utilizado como estacionamento, o espaço tem potencial para abrigar um residencial de short stay, voltado para investidores de plataformas como o Airbnb.
O terreno, considerado um dos poucos vazios urbanos do Centro, está cercado por prédios tombados e sobrados antigos, reforçando sua importância histórica e urbanística.
Um projeto no local pode revitalizar a área, com fachada ativa e integração ao fluxo turístico da Lapa. A ideia da prefeitura é devolver vivacidade ao espaço há décadas isolado por muros, em uma região marcada por insegurança.
Short stay como aposta
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio, Osmar Lima, o terreno pode transformar a dinâmica local. “É um imóvel que pode mudar toda uma área, principalmente quando agrega serviços em uma região que já tem vocação residencial”, afirmou ao portal Metro Quadrado.
O bairro concentra hoje cerca de 15 mil moradores e carece de novos lançamentos, já que não recebe projetos residenciais desde 2016. A proposta de um residencial focado no aluguel por temporada se encaixa no perfil turístico vibrante da Lapa.
“O short stay é o que realmente faz sentido ali. O entorno é muito turístico, e o estrangeiro enxerga valor nisso. É um produto de investimento natural”, opina Luiz Eduardo Michaeli, sócio da incorporadora Axor.
O terreno é cercado de prédios tombados e sobrados antigos – que estão começando a ser desapropriados também.
Revitalização e desafios no entorno da Selarón
Apesar do enorme potencial, há cautela entre incorporadoras sobre a viabilidade do projeto. A falta de incentivos fiscais, comuns na zona Sul e em outras áreas centrais, pode dificultar o interesse no leilão. “Dependendo das condições do edital, o terreno pode enfrentar dificuldades de saída,” avalia Michaeli.
O vice-presidente do Secovi-Rio, Leonardo Schneider, destaca a necessidade de garantir que o projeto respeite o contexto urbano e seja sustentável. “O que se observa agora na Lapa é uma tentativa concreta de reverter o cenário de abandono”, disse. “É essencial garantir que essa revitalização tenha continuidade, seja sustentável e respeite o contexto urbano”, conclui.
Já o arquiteto Fernando Costa, que já elaborou alguns projetos para o terreno na Teotônio, acredita que o desafio é recuperar a convivência típica da Lapa. “O espaço precisa voltar a ser vivido. A minha proposta é que o pedaço do terreno na frente da Selarón tenha uma praça pública, criando uma conexão direta com a escadaria”.
Para Costa, qualquer projeto que respeite o entorno e traga vida para a rua já será infinitamente melhor do que o que há hoje.
*Com informações de Metro Quadrado