mercado de escritórios em São Paulo
Imagem: Erich Sacco/iStock

A Avenida Paulista retomou a liderança como o polo de prédios corporativos mais disputado de São Paulo. De acordo com o relatório da consultoria JLL (Jones Lang LaSalle), a taxa de vacância das salas comerciais na região ficou em 4,6% no terceiro trimestre deste ano.

O índice ficou abaixo dos 5,9% registrados na região mais nobre da concorrida Avenida Faria Lima, entre as avenidas Cidade Jardim e Juscelino Kubitschek.

O mercado de prédios de escritórios no mercado imobiliário paulistano mantém recuperação consistente nos últimos anos. Os espaços vagos caíram para 16,2% no terceiro trimestre, na comparação com os 17,3% do período anterior. No pior momento da crise no segmento, em 2023, a vacância chegou a 25,6%.

“Os números atuais são bastante animadores. Após a pandemia, o setor de escritórios entrou em uma recuperação. Neste ano, estamos vendo uma consolidação dessa melhora”, afirmou Yara Matsuyama, diretora de locações da JLL ao jornal Estadão.

Av. Paulista atrai empresas com infraestrutura e conectividade

A preferência pela Paulista é estimulada pelo acesso facilitado ao transporte público, com múltiplas estações de metrô e proximidade a serviços e clientes.

Segundo Matsuyama, num passado recente, empresários “torciam o nariz” para a avenida por ser barulhenta e palco de vários protestos. “Mas essa percepção já mudou bastante. Já faz anos que não ouço reclamação”, relata.

Neste sentido, o estoque de lajes corporativas na região cresceu 37% em 10 anos, passando de 281 mil metros quadrados em 2015 para 385 mil metros quadrados no primeiro semestre de 2025, segundo levantamento da Binswanger.

Na região, as locações totais somaram 175 mil metros quadrados no terceiro trimestre, com absorção líquida de 50 mil metros quadrados. A demanda vem principalmente dos setores financeiro, farmacêutico e tecnológico.

A avenida “cartão postal” de São Paulo também virou queridinha de players de coworking, como o WeWork e a GoWork. Mas o setor financeiro lidera a ocupação, com nomes como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o Safra.

Desafio para empresas A e A+

O principal desafio das empresas, no entanto, é a escassez de empreendimentos novos de alto padrão (A e A+). Segundo Paulo Izuka, gerente de inteligência de mercado da Binswanger, o estoque mais antigo da região compete com prédios modernos de locais como Pinheiros e Rebouças, dificultando a competitividade.

Neste sentido, a aposta tem sido os retrofits, para atualizar imóveis, mesmo com custos elevados, influenciados pela inflação e pelas características das propriedades. “Como não há terreno para expansão, começamos a ver esse estoque B tentando se transformar em A e A+,” diz Paulo ao portal Metro Quadrado. “Pode haver um custo alto para encontrar um prédio na Paulista que esteja apto a um retrofit que gere, de fato, um upside no preço cobrado por metro quadrado para o investidor.”

Preços sobem com aquecimento da demanda

O preço médio do metro quadrado na Avenida Paulista subiu 9% entre o primeiro e segundo trimestres, passando de R$ 124,67 para R$ 136,31. A expectativa é de alta contínua, seguindo o movimento de Pinheiros, onde os valores já chegam a R$ 180 por metro quadrado.

“Há três anos, o preço médio pedido em Pinheiros era entre R$ 120 e R$ 130 por metro quadrado. Agora, já há ativos negociados a R$ 180/m² – o que deve ocorrer em breve na Paulista”, disse Ricardo Raoul, diretor geral da Paladin no Brasil.

A expectativa é que o movimento continue forte no quarto trimestre e início de 2026, antes das incertezas eleitorais.

*Com informações de Estadão e Metro Quadrado*

Marcela Guimaraes
Marcela Guimarães

editora/redatora

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)