
A Polícia Civil de São Paulo investiga uma pirâmide financeira que teria arrecadado R$ 200 milhões com promessas de empreendimentos imobiliários que não foram entregues. Mais de 1.200 pessoas foram vítimas da incorporadora Neoin, segundo estimativa policial divulgada em reportagem do Fantástico da TV Globo, no domingo (9).
A empresa prometia rendimento mensal de 2% sobre investimentos, muito acima da média do mercado imobiliário. Como garantia, oferecia apartamentos prontos caso a aplicação financeira não desse certo.
Clientes denunciaram a suposta fraude. Gilberto Alves de Melo e a esposa contam que investiram R$ 410 mil após a promessa de rendimento mensal. Letícia Ferrari desembolsou R$ 60 mil na compra de um imóvel. “O sonho da casa própria. Meu sonho, né? Viver com a minha família, não pagar aluguel”, relata Letícia.
No início, os lucros eram pagos, levando clientes a investir mais e buscar novos financiamentos. Porém, os empreendimentos não foram concluídos. “Pagaram até abril deste ano, começaram a falar que o mercado estava ruim”, comenta Maurício, investidor afetado.
Como funcionava o esquema
A Neoin investia pesado em marketing digital, usando redes sociais para exibir eventos e palestras.
O delegado Rodrigo Costa explica que “a pirâmide financeira funciona no início, mas uma hora corrompe quando para de entrar novos investidores”.
O empresário Daniel Bernal, dono da empresa, rebateu críticas em áudios: “Se você ficar nessa de querer me ameaçar, você vai ficar o último da fila”. Ele e quatro sócios são investigados por crimes contra a economia popular, estelionato e lavagem de dinheiro.
Em setembro, a operação “Prédios de Areia” encontrou a empresa desativada. A Justiça bloqueou bens e determinou quebra de sigilo bancário dos investigados.
A defesa alega má gestão, não desonestidade. “Existe patrimônio hoje para pagar. Essa dívida certamente será paga”, explicou em nota à reportagem da TV Globo.
*Com informações de g1/Fantástico

