
A presidente da Federação Nacional dos Corretores de Imóveis (Fenaci), Lucimar Alves Elias, diz que tem sido alvo de ameaças após denunciar pagamentos de R$ 18,4 milhões feitos pelo Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci) a uma associação controlada por seus dirigentes.
Em ação civil ajuizada pela Fenaci, Lucimar aponta que o Cofeci repassou o dinheiro, entre 2018 e 2024, à associação privada Redimob, dirigida pelo presidente do conselho, João Teodoro da Silva, sem licitação. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público.
Ao complementar a petição inicial no processo, a presidente da Fenaci informou ter sofrido ameaças por parte de Teodoro após a divulgação do caso. As mensagens, segundo a denúncia, afirmam que o dirigente investigado teria ameaçado a imagem de Lucimar para forçá-la a retirar a ação.
“Ainda há tempo para você resguardar sua reputação. Lembre-se: tudo o que você denunciar, terá de provar, sob pena de prática de falsidade ideológica”, afirma uma das mensagens que o portal Metrópoles teve acesso.
Ainda de acordo com a presidente da Fenaci, Teodoro também ameaça abrir processo pelo crime de falsidade ideológica, acusando-a de falsificar a ata de uma reunião da entidade para poder ingressar com a ação.
Além disso, o dirigente pretende cobrar uma dívida antiga da entidade com o conselho. “A Fenaci tem um débito antigo com o Cofeci, que você herdou de seu antecessor e que hoje, corrigido, representa valor significativo“, afirma Teodoro nas mensagens trocadas com Lucimar.
Entenda a denúncia
João Teodoro da Silva é sócio da esposa, Jucélia Laba Ferreira da Silva, e do filho, Daros Augusto Teodoro da Silva, na Redimob, fundada em 2005, com sede em Brasília. A empresa atua como “provedor de acesso a redes de comunicações”. O quadro de funcionários também inclui outros diretores do Cofeci, de acordo com as investigações.
A ação da Fenaci – que tramita na Justiça Federal do Distrito Federal – pede o afastamento de Teodoro e outros integrantes da diretoria do Cofeci supostamente envolvidos no esquema, além da indisponibilidade de bens do grupo.
O Cofeci nega ter feito repasses a empresas privadas de seus diretores e alega que a ação tem “conotação claramente retaliativa contra medidas corretivas” impostas a unidades regionais.
*Com informações de Metrópoles