Rua Augusta
Imagem: edro Truffi/iStock

A Rua Augusta, na região central de São Paulo, passou por uma profunda transformação nos últimos anos. O fechamento de bares, lojas e pequenos comércios durante a pandemia abriu espaço para incorporadoras comprarem imóveis e terrenos, acelerando a verticalização da região tradicionalmente associada à vida noturna e cultural.

Um levantamento da Binswanger feito para o jornal Estadão mostra que, de 2020 a 2025, os empreendimentos imobiliários da rua totalizam R$ 912 milhões em Valor Geral de Vendas (VGV). Os projetos de empresas como One Innovation, SDI, Vitacon e Planik adicionaram 1.395 apartamentos à via.

Segundo Leonel Paim, vice-presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel SP), os comerciantes locais enfrentaram dificuldades financeiras na pandemia e o endividamento aumentou.

“As construtoras chegaram oferecendo, às vezes, duas ou três vezes o valor de mercado dos imóveis”, afirma. O resultado: um boom imobiliário com apartamentos compactos e de alto padrão, atraindo compradores que investem em imóveis para alugar.

Investidores dominam compras

Um dos exemplos é o lançamento da incorporadora Zabo, o Simmetry, na altura do número 2.200, já na região dos Jardins. As plantas vão de 51 a 71 metros quadrados e os preços atingem R$ 32 mil por metro quadrado. O edifício terá 172 apartamentos e será entregue em 2026.

Segundo o diretor de operações da Zabo, Rodrigo Zaborowsky, 90% dos compradores são investidores, principalmente de fora de São Paulo. “Quem tem o dinheiro para pagar R$ 2 milhões não quer morar em 71 m². Então, acaba sendo o investidor que compra para alugar“, explica.

No mesmo caminho, a SDI lançou o Galeria Lorena com apartamentos de 38 a 123 metros quadrados. O preço médio de cada unidade está em R$ 35 mil por metro quadrado e, em sete meses, 60% foi vendido. “Os apartamentos de 48 m² praticamente se esgotaram em um mês”, diz Larissa Souza, gerente comercial da SDI.

A empresa prepara outro projeto na rua para 2025, com plantas entre 130 e 155 metros quadrados e preço médio de R$ 28 mil por metro quadrado. Os valores ficarão entre R$ 3,7 milhões e R$ 4,5 milhões por unidade.

*Com informações de Estadão

Marcela Guimaraes
Marcela Guimarães

editora/redatora

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)