
São Paulo é a cidade com menor risco de bolha imobiliária no mundo entre 21 metrópoles analisadas pelo UBS Global Real Estate Bubble Index 2025 (Índice de Bolha no Mercado Imobiliário do UBS Global). A capital paulista registrou índice negativo de -0,10, o único entre todas as cidades pesquisadas.
Segundo o banco suíço, os preços reais dos imóveis na capital paulista – descontada a inflação – caíram cerca de 25% entre 2014 e 2022. Apesar das vendas crescentes, os valores têm permanecido estáveis desde 2022 devido às taxas de juros dos financiamentos imobiliários, que se mantiveram em dois dígitos.
A sensação de que os imóveis ficaram mais caros na última década se deve, em grande parte, à inflação. Entre 2014 e 2022, a inflação acumulada foi de quase 70%, chegando a 92% de 2014 até hoje, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Isso significa que boa parte do aumento nos preços dos imóveis em São Paulo acompanhou apenas a desvalorização geral da moeda, e não um encarecimento real do setor, segundo o banco.
O UBS destaca que alugar em São Paulo continua mais barato do que comprar. Os aluguéis reais subiram 5% no último ano e estão aproximadamente 25% acima dos níveis de 2022, refletindo forte demanda e baixa vacância em áreas bem localizadas.
Miami lidera risco global de bolha
A cidade de Miami, na Flórida, lidera o risco de bolha imobiliária global de acordo com o UBS, seguida por Tóquio, no Japão, e Zurique, na Suíça. Dubai (Emirados Árabes) e Madri (Espanha) apresentaram os maiores aumentos de risco em relação ao levantamento anterior.
Nos últimos cinco anos, Dubai e Miami lideraram o crescimento médio dos preços reais de moradias em cerca de 50%. Tóquio e Zurique registraram altas de 35% e quase 25%, respectivamente.
“O entusiasmo generalizado diminuiu, com o risco médio de bolha nas grandes cidades caindo pelo terceiro ano consecutivo”, disse Matthias Holzhey, autor principal do estudo no CIO do UBS Global Wealth Management.
O levantamento aponta ainda que Hong Kong (China) é a cidade menos acessível para compra de imóveis, exigindo cerca de 14 anos de renda para aquisição de apartamento de 60 metros quadrados. Em São Paulo, são cerca de oito anos de renda média.
*Com informações de Seu Dinheiro