crescimento imobiliário
Imagem: sommart/iStock

O setor imobiliário brasileiro deve registrar maior movimentação nos próximos trimestres nos segmentos residencial, logístico e voltado para o público de baixa renda, projetam especialistas ouvidos pelo portal E-investidor.

A demanda por imóveis residenciais vai continuar aquecida, principalmente com as mudanças no crédito imobiliário anunciadas pelo governo federal. O mercado se beneficia dos efeitos da expansão Minha Casa Minha Vida. O acesso mais fácil a financiamentos garante lançamentos imobiliários mesmo com a Selic a 15% ao ano.

No segundo trimestre, os lançamentos cresceram 11,7%, alcançando 17.911 unidades. O Valor Geral de Vendas (VGV) chegou a R$ 5,1 bilhões, ante R$ 4,2 bilhões no mesmo período de 2024, segundo dados da Brain Inteligência Estratégica.

Já o levantamento do Sindicato da Habitação (Secovi-SP) mostra que as vendas estão em ritmo ainda mais forte, com 19.354 unidades comercializadas entre abril e junho, alta de 74% em relação ao ano anterior. Só em São Paulo, o programa responde por quase 60% dos lançamentos e mais da metade das vendas.

A Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) projeta que, ao todo, os financiamentos com recursos da poupança devem fechar este ano com R$ 150 bilhões, uma queda de 20% em relação aos R$ 187 bilhões de 2024.

Já os financiamentos com recursos do FGTS devem atingir R$ 152 bilhões, segundo o orçamento divulgado pelo conselho curador do FGTS, registrando crescimento de 20% sobre o ano anterior. As duas linhas de crédito devem totalizar R$ 302 bilhões em 2025.

Segundo Ygor Altero, head do setor imobiliário da XP Investimentos, o segmento de baixa renda da construção civil também deve continuar forte, com FGTS, que oferece financiamentos com juros de 4% a 5% acima da Taxa Referencial (TR).

“As construtoras têm concentrado investimentos na baixa renda, que combina volume de demanda com crédito acessível, e no alto padrão, que atende compradores dispostos a pagar mais por imóveis exclusivos”, argumenta.

Por outro lado, a média renda sofre com custos de financiamento mais altos e recursos limitados, o que reduz a competitividade e a capacidade de crescimento, de acordo com Altero.

Programa voltado para reformas

Especialistas também apontam que um novo programa, voltado a reformas, também deve ajudar a impulsionar o setor imobiliário. Com lançamento marcado para a próxima segunda-feira (20), a linha operada pela Caixa Econômica Federal, com recursos do Fundo Social do Pré-Sal e Letras de Crédito Imobiliário (LCI), promete orçamento de R$ 40 bilhões.

Segundo interlocutores, os empréstimos variam de R$ 5 mil a R$ 100 mil. A taxa será de 1,17% ao mês para famílias com renda até R$ 3,2 mil e 1,95% ao mês para quem ganha acima desse valor.

Marcelo Prata, fundador da startup Resale, que criou uma outlet de imóveis, é um entusiasta do programa que “ataca diretamente uma ferida da sociedade”, transformando casas em lares, além de aquecer toda a cadeia da construção civil, com efeito dominó positivo.

“Não estamos falando apenas de estética, estamos falando de dignidade e de valorização. O Brasil sofre com um déficit habitacional de qualidade, um exército de moradias insalubres que precisam urgentemente de mudança.”

Setor logístico deve liderar expansão

Para José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (Creci-SP), o setor logístico deve liderar o crescimento. “Em termos de rendimento, a logística é o principal foco dos investidores”, observa.

Segundo o analista, esse otimismo vem do crescimento do e-commerce. As vendas online movimentaram R$ 225 bilhões em 2024, alta de 14,6%, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

*Com informações de E-investidor

Marcela Guimaraes
Marcela Guimarães

editora/redatora

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)