
Da próxima vez que sair de casa, observe por alguns instantes os imóveis da sua rua. Essa é apenas uma amostra do que compõe o mercado imobiliário — pelo menos no que diz respeito à localização e à arquitetura. Multiplique isso por milhões e chegará aos 90,7 milhões de domicílios existentes no Brasil. Seja pela quantidade ou pela complexidade, o setor é, por natureza, heterogêneo. A aquisição de um imóvel percorre uma longa jornada, repleta de etapas e desafios que, muitas vezes, são difíceis de superar.
No mercado de transações, o proprietário depende de um corretor, e o potencial comprador, de outro. Trata-se de um negócio bilateral que exige a estrutura de outro mercado: o de corretagem. A dimensão e a dinâmica do país fazem com que a profissão de corretor seja essencial, pedindo uma atuação que vá muito além de abrir portas e mostrar cômodos.
As plataformas digitais exemplificam a disrupção do mercado imobiliário na internet. Elas remodelaram a forma de fazer negócios no segmento, ampliando exponencialmente o mercado potencial. A estruturação de dados possibilitou a oferta de serviços sofisticados com inteligência artificial, disponíveis para corretores e imobiliárias. Essa nova era exige profissionais com habilidades adicionais.
O caso da plataforma Beike, gigante chinesa, é um exemplo. Após um trabalho extenso para criar um banco de dados representativo e de alta qualidade do mercado chinês, a empresa conectou o offline ao online por meio de serviços digitais, como análise de preço, oferta e demanda, realidade virtual e gestão de portfólio.
Ao mesmo tempo, a tecnologia reduziu as barreiras de entrada. Muitas imobiliárias e corretores passaram a negociar imóveis com mais facilidade. No caso da Beike, porém, a ausência de triagem atraiu profissionais inexperientes, resultando em prestação de serviços desigual e aumento no ciclo de transações.
O que aprender com a Beike?
- O avanço do mercado online e o uso de ferramentas com IA é um caminho sem volta.
- Na era digital, o corretor diferenciado precisa dominar tecnologia para obter e processar informações, mantendo o objetivo central: intermediar negociações.
- A tecnologia sozinha não basta. É a combinação entre inovação e aprendizado contínuo que transforma recursos digitais em resultados reais.