
A estagnação do mercado residencial para a classe média, o mais afetado pelos juros altos, levou incorporadoras do segmento a buscar alternativas para manter a rentabilidade. Na avaliação do Itaú BBA, quatro empresas listadas estão conseguindo atravessar bem este ciclo e ainda justificam recomendação de compra: Cyrela, Moura Dubeux, Lavvi e Eztec.
As companhias ampliaram apostas em mercados mais resilientes, como o Minha Casa Minha Vida (MCMV) e alta renda, ou aumentaram para a classe média a oferta de unidades compactas, que têm tíquetes que ainda cabem no bolso, aponta reportagem do portal Metro Quadrado.
Cyrela lidera com potencial de valorização de 30%
A Cyrela é a top pick do Itaú BBA entre as incorporadoras cobertas. O banco vê na companhia a melhor relação risco-retorno do setor. A empresa ganha impulso com portfólio diversificado e histórico consistente de execução.
O relatório do Itaú ainda estima R$ 17,5 bilhões de lançamentos da companhia em 2025 e R$ 18 bilhões em 2026, com margem bruta de 33% e Return on Equity (ROE) projetado em quase 20%.
Projetos flagship com alta velocidade de vendas sustentam o cenário, além da expansão da Vivaz — marca da Cyrela para o MCMV — que deve ampliar a participação no portfólio de 30% para 37% até 2026. O banco ainda calcula potencial de valorização de 30% para a ação, com preço-alvo de R$ 39 e dividend yield próximo de 13%.
Moura Dubeux tem o maior upside, de 46%
Já a Moura Dubeux aparece na avaliação da instituição bancária com o maior upside, de 46%. Isso seria resultado da expansão gradual na faixa média e avanço do modelo de condomínio fechado adotado pela companhia, no qual as obras são financiadas pelos compradores. A empresa deve lançar R$ 5,5 bilhões em 2025 e margem bruta próxima de 35%, projeta o Itaú BBA.
Para a Lavvi, o banco projeta ROE de 28% em 2026, dividend yield de 10% e múltiplos baixos em relação aos pares. O Itaú estima que a incorporadora deve lançar R$ 3,1 bilhões em 2025 e R$ 3,3 bilhões em 2026, com margens brutas superiores a 35%.
O relatório aponta ainda a Eztec como uma aposta de deep value. A companhia tem valuation descontado e deve se beneficiar de gatilhos como dividendos extraordinários e a possível venda de torres corporativas, como as Esther Towers.
*Com informações de Metro Quadrado

