
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), Renato Correia, projeta crescimento de 10% nos recursos para a casa própria com o novo modelo de financiamento habitacional do governo federal. A estimativa equivale a R$ 37 bilhões adicionais de crédito injetados no setor em 2026, resultando em mais 50 mil novas unidades habitacionais.
Para Correia, o novo modelo funcionará como contraponto à desaceleração do financiamento imobiliário no atual cenário de juros altos, com a Selic mantida em 15% ao ano. “Acaba sendo um contraciclo, porque o BC põe o juro para diminuir a velocidade do mercado e poder baixar a inflação”, afirma o representante do setor ao jornal Folha de S.Paulo.
“O governo tem falado em 80 mil unidades. Mas a gente avalia que umas 50 mil unidades em 2026 é possível acrescentar. É muito difícil fazer projeção do crescimento do mercado, porque leva em conta a renda das pessoas”, ressalta o presidente da entidade.
Liberação de recursos da poupança impulsiona setor
A projeção da CBIC está associada à liberação imediata de 5% dos recursos da poupança, hoje retidos em depósitos compulsórios no Banco Central.
“O modelo transforma a poupança em dinheiro para o mercado imobiliário poder financiar o imóvel da classe média”, explica Correia.
A novidade funcionará como teste do novo modelo em 2026. A partir de 2027, está prevista liberação anual adicional de 1,5 ponto percentual, até que os 20% dos compulsórios estejam disponíveis em dez anos.
Setor apresenta crescimento no 1º semestre
Correia avalia o cenário atual como positivo, após crescimento de 6,8% nos lançamentos imobiliários e 9,6% nas vendas no primeiro semestre. Pesquisa da CBIC em 221 cidades mostrou 414.375 unidades lançadas e 423.241 vendidas no período de um ano.
O dirigente destaca ainda que o déficit habitacional caiu para o menor patamar da história em 2023, com 5,97 milhões de famílias sem imóvel próprio, segundo a Fundação João Pinheiro.
*Com informações de Folha de S.Paulo

