
O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 0,37% em novembro, após alta de 0,57% em outubro. Apesar da desaceleração mensal, a variação acumulada em 12 meses avançou de 5,58% para 6,92% – o maior nível desde fevereiro de 2025, quando atingiu 8,01%.
Segundo especialistas, a análise em 12 meses é mais adequada para identificar tendências na locação residencial. No entanto não é suficiente para estimar como será o movimento do aluguel próximo ano.
Fatores econômicos impactam o mercado de aluguel
Na análise do pesquisador da FGV, Matheus Dias, o cenário para 2026 ainda é incerto. A continuidade da alta nos aluguéis vai depender de fatores econômicos que operam em direções opostas.
“Temos fatores a influenciar para cima e temos fatores que podem empurrar para baixo. Acredito que ainda está muito incerto para 2026”, resumiu Dias em entrevista ao Valor Econômico.
De um lado, a renda proveniente do trabalho, que se mantém em crescimento, dá aos proprietários de imóveis margem para negociar valores mais altos. Por outro, os juros elevados tornam o financiamento menos atrativo, mantendo a demanda por aluguel aquecida.
Ainda nesta equação está a isenção de Imposto de Renda para brasileiros com ganhos de até R$ 5 mil, que deve entrar em vigor no próximo ano. A novidade também tende a ampliar a margem disponível no orçamento das famílias, segundo o especialista.
Entretanto, o aumento da oferta de imóveis residenciais, impulsionado por novos lançamentos no mercado, é outro fator que pode limitar os reajustes nos preços, aponta Matheus Dias.
Variações regionais no Ivar
No último levantamento, o Ivar apresentou comportamento distinto nas capitais analisadas. Entre outubro e novembro, houve aumento nos preços do aluguel em São Paulo (de 0,13% para 0,52%) e no Rio de Janeiro (de 0,68% para 1,13%).
Em contrapartida, Belo Horizonte e Porto Alegre registraram desaceleração significativa – a variação em BH recuou de 1,30% para 0,39%, enquanto Porto Alegre apresentou queda, de 0,88% para -0,37%.
Observando os índices acumulados em 12 meses, o cenário foi inverso: São Paulo (de 3,99% para 6,53%), Belo Horizonte (de 6,93% para 11,37%) e Porto Alegre (de 4,42% para 4,63%) mostraram aceleração. Apenas o Rio de Janeiro registrou desaceleração, com a taxa caindo de 8,45% para 5,50%.
*Com informações de Valor Econômico

