Veja o resumo da noticia

  • Revisão da projeção do PIB da construção civil para 2025, impactada pela queda no consumo familiar devido a juros e endividamento.
  • Apesar da desaceleração em 2025, o setor se mantém sustentado pelas construtoras e investimentos em infraestrutura, com alta do setor privado.
  • Expectativa de aceleração do crescimento em 2026, impulsionada por juros menores, crédito habitacional e continuidade dos investimentos.
  • Novo modelo de crédito habitacional e Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida devem estimular lançamentos e o setor como um todo.
  • Eleições de 2026 podem antecipar desembolsos e entregas, gerando um impulso adicional à agenda da construção civil no país.
  • Escassez de mão de obra qualificada e o risco fiscal são desafios que o setor da construção civil ainda precisa enfrentar.
construção covil
Imagem: goncharovaia/iStock

A Fundação Getulio Vargas (FGV) e o Sinduscon-SP revisaram a projeção do Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil para 1,8%, abaixo da estimativa anterior de 2,2%. Foi o segundo corte no ano, que começou com expectativa de alta de 3%.

Segundo Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da construção do FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), o principal motivo da revisão é a queda no consumo de materiais de construção pelas famílias. Juros elevados, renda comprimida e endividamento frearam reformas e pequenas obras.

Por outro lado, o início de um novo ciclo de queda dos juros previsto para 2026 traz ânimo ao setor. A FGV projeta avanço de 2,7% no PIB da construção.

Construtoras sustentam atividade

Além dos juros em alto patamar (Selic mantida em 15% ano ano), a economia de 2025 foi marcada por desaceleração, com a inflação persistindo em alta, apontou Robson Gonçalves, professor da FGV à Folha de S.Paulo.

Até setembro deste ano, apenas 47% da demanda por materiais de construção veio do segmento familiar. Os orçamentos para reformas ficaram impactados pelo custo financeiro mais alto, apontam as instituições.

Com isso, o crescimento de 1,8% do PIB do setor será “puxado pelas construtoras”, afirmou Ana Maria Castelo. As construtoras sustentaram o ritmo de atividade em 2025.

Outro fator que contribui para os dados deste ano são os investimentos em infraestrutura, que devem registrar crescimento de 3,9% este ano na comparação com 2024, chegando a 277 bilhões de reais. A alta vem principalmente do setor privado, ancorada em concessões já contratadas.

Perspectivas para 2026

Mesmo com um 2025 frustrante em relação ao crescimento da construção civil, o ano de 2026 promete uma aceleração acima de 2%. A expectativa é que empresas (2,8%) e famílias (2,6%) devem contribuir de forma mais equilibrada no próximo ano.

Os números, calculados pela FGV/Sinduscon-SP, consideram que o ano será apoiado por juros menores, melhora do crédito habitacional e continuidade dos investimentos em infraestrutura.

As obras de infraestrutura devem ter volume mais constante ao longo de 2026, com boa parte dos investimentos já contratada em saneamento, logística e rodovias através de concessões privadas, apontam especialistas.

Além disso, o novo modelo de crédito habitacional do Sistema Financeiro de Habitação – que agora financia imóveis de até 2,25 milhões de reais com juros limitados a 12% ao ano – e a recém-lançada Faixa 4 do Minha Casa Minha Vida são pontos importantes que devem estimular lançamentos.

As eleições do próximo ano também deve dar impulso adicional à agenda, antecipando desembolsos e entregas nos primeiros meses. “Os governantes têm pelo menos até abril para fazer esses dispêndios e novas obras”, disse Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do Sinduscon-SP ao Portal Metro Quadrado.

Desafios do setor

Por outro lado, a escassez de mão de obra qualificada segue como maior entrave da construção civil. O custo com pessoal deve fechar 2025 com alta próxima de 10%. Segundo o Sinduscon-SP, a construção demandará mão de obra mais especializada e cara.

Somado a isso, o ‘risco fiscal’ também é um ponto a ser observado. “No mínimo teremos um ano turbulento em 2026”, disse Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP.

*Com informações de Metro Quadrado e Folha de S.Paulo

Marcela Guimaraes
Marcela Guimarães

editora/redatora

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)