golpe imobiliário em São Paulo
Imagem: Suriya Phosri/iStock

Um administrador de empresas que procurava apartamento para alugar em São Paulo foi a mais nova vítima registrada pela polícia em um golpe da “falsa imobiliária”, que vem sendo aplicado em diferentes regiões do país, com algumas variações.

A vítima encontrou o anúncio ideal de um suposto apartamento na Vila Nova Conceição, zona sul da capital paulista. Ele pagou R$ 3,1 mil antecipados como taxa de reserva, mas descobriu que o imóvel não existia.

Criminosos usam empresa real para aplicar golpe

A falsa corretora, que usava o nome de Ellen Moraes, contatou o cliente pelo WhatsApp após ele responder ao anúncio na plataforma Viva Real. Ela ofereceu prioridade no agendamento mediante pagamento antecipado do primeiro aluguel e condomínio.

“Ela disse que eu poderia ter o direito a prioridade no agendamento e no fechamento do contrato se eu fizesse a assinatura de um contrato de reserva daquele apartamento, mediante a aprovação da ficha cadastral e o pagamento adiantado do primeiro aluguel e condomínio”, contou a vítima ao Estadão.

O valor cobrado era 25% menor que a média da região. O administrador verificou o CNPJ da imobiliária que contava no anúncio – Amab Imóveis – e o registro no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci), e ambos apareciam como regulares.

Mas, ao chegar ao endereço pela primeira vez, em 21 de outubro, descobriu, na portaria, que o apartamento 1.224 nem existia. A corretora parou de responder às mensagens. Era um golpe.

A vítima registrou boletim de ocorrência e acionou um advogado. “É revoltante o nível de mau-caratismo. Fiquei incrédulo que alguém se dê ao trabalho de fazer uma conversa assim para ludibriar as pessoas”, afirmou ao jornal Estadão.

O que diz a plataforma

A Viva Real informou que bloqueou o perfil fraudulento e colabora com as investigações. A empresa recomenda visitar o imóvel antes de fechar negócio, formalizar contrato e verificar se os dados condizem com o negociado.

“A recomendação da plataforma é fazer pagamentos apenas após confirmar a veracidade da existência do imóvel”, afirmou em nota. Para cadastro, as imobiliárias precisam ter CNPJ ativo e fornecer informações de identificação e contato.

Portanto, ainda não se sabe se a imobiliária usada no falso anúncio é fictícia – foi criada já com o objetivo de aplicar golpes – ou se é uma empresa real que foi usada por terceiros para o crime. A reportagem do Estadão tentou contato com a Amab Imóveis, mas não obteve retorno.

Casos similares no Rio e Santa Catarina

No Rio de Janeiro, policiais prenderam dois suspeitos que aplicavam golpes similares, causando prejuízos de R$ 7 mil a R$ 25 mil para 25 vítimas. Em Santa Catarina, a Operação “Anúncio Fake” resultou em seis prisões de criminosos que aplicavam esse mesmo tipo de golpe.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo confirmou que o caso foi registrado como estelionato.

*Com informações de Estadão

Marcela Guimaraes
Marcela Guimarães

editora/redatora

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter/editora (Estadão Broadcast, revistas piauí e GQ, rádio CBN e Portal Loft), além de atuar como editora-executiva/editora-chefe no SBT News e Curto News. Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)