
A nova edição do Índice de Demanda Imobiliária (IDI) mostrou a força do mercado para além do eixo Rio-São Paulo. A capital Fortaleza (CE), que já registrava forte demanda no padrão econômico, agora assume a liderança nacional, superando Curitiba (PR), que historicamente ocupava o primeiro lugar.
As cinco primeiras cidades do ranking no terceiro trimestre de 2025 são Fortaleza, São Paulo (SP), Curitiba, Goiânia (GO) e Recife (PE).
O último trimestre também marcou a ascensão de Belém, capital do Pará, que teve avanço expressivo em todos os padrões analisados, especialmente no médio, saltando da 35ª posição no primeiro trimestre para a 12ª no terceiro de 2025.
Para os especialistas, a liderança de Fortaleza, que desbancou Curitiba, pode estar relacionada ao fortalecimento do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Além disso, refletiria um aquecimento real do mercado imobiliário no Nordeste, com outras cidades se destacando também na atratividade imobiliária.
Como exemplo, Recife (PE) saltou para a terceira colocação no ranking de alto padrão, impulsionada por investimentos significativos de construtoras em empreendimentos voltados para esse público.
O IDI é uma parceria do Ecossistema Sienge, CV CRM e Grupo Prospecta, em colaboração com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Nordeste consolida protagonismo no mercado nacional
No segmento de renda familiar entre R$ 2 mil e R$ 12 mil, Fortaleza também ultrapassou Curitiba. O avanço da capital cearense foi baseado em indicadores de mercado que apontam para liquidez crescente e redução da oferta de imóveis de terceiros. Cinco das dez primeiras colocadas do ranking são capitais nordestinas.
Outro destaque do Nordeste é Salvador, que apresentou boa atratividade em todos os padrões, de acordo com o IDI. A capital baiana teve crescimento em praticamente todos os critérios analisados, revelando uma população diversa e busca ativa por empreendimentos que atendam às suas diferentes necessidades.
“Esses resultados reforçam que o Nordeste não apenas está em expansão, mas também se consolidando como uma das regiões mais promissoras do mercado imobiliário brasileiro“, afirma Gabriela Torres, gerente de inteligência estratégica do Ecossistema Sienge.
Fenômeno COP 30?
A capital do Pará, que será sede da COP30, vem recebendo investimentos públicos em infraestrutura urbana, como Bus Rapid Transit (BRTs), parques, praças e revitalização de canais. Essa poderia ser uma das explicações para saltar 23 posições nesta nova edição do Índice de Demanda Imobiliária.
O estudo, que analisa 79 cidades brasileiras, registrou estreias importantes no ranking com João Pessoa (PB) e Ilhéus (BA). No alto padrão, Recife e Fortaleza passaram a figurar entre as primeiras colocações, enquanto Natal (RN) teve uma das maiores evoluções, subindo 36 posições.
A distribuição regional equilibrada se repete nos diferentes segmentos analisados, com três capitais do Nordeste, três do Sul, duas do Centro-Oeste e duas do Sudeste entre as dez primeiras colocadas.
O resultado, segundo o estudo, indica um mercado mais pulverizado, com desempenho relevante não apenas nas grandes metrópoles, mas também em praças regionais em processo de consolidação.

