
Enquanto o sonho da casa própria ainda é prioridade para a maioria dos brasileiros, uma nova pesquisa revela que ele é especialmente latente entre a geração Z, composta por jovens de 18 a 28 anos.
De acordo com a pesquisa “Retratos do Morar”, realizada pelo Instituto Ipsos-Ipec, a pedido do Grupo QuintoAndar, 50% dos integrantes dessa faixa etária têm o objetivo de comprar um imóvel. Este percentual é superior à média nacional, de 41%.
Apesar desse desejo, questões financeiras continuam sendo os maiores obstáculos para a aquisição de imóveis. Entre os entrevistados, 41% afirmaram não ter dinheiro suficiente para dar entrada ou pagar parcelas de financiamento — número que sobe para 47% entre os jovens da geração Z.
“Mesmo em um contexto econômico difícil, o sonho da casa própria segue vivo, especialmente entre os mais jovens”, analisa Lucas Lima, diretor de operações do QuintoAndar. Ele acrescenta que o imóvel ainda é visto como “um pilar de segurança e realização” para os brasileiros.
Embora liderem o desejo de comprar uma casa, os jovens entre 18 e 28 anos são os que menos pretendem adquirir um imóvel como investimento (14%).
Preços altos são barreira para compra de imóvel
A pesquisa revela também que 30% dos brasileiros consideram que os preços dos imóveis estão altos demais, enquanto 21% consideram as taxas de juros como um impedimento importante.
Assim, o cenário econômico desafiador também impacta o prazo para a realização desse objetivo. Segundo o estudo, 60% dos entrevistados com intenção de adquirir um imóvel planejam fazê-lo em um prazo superior a um ano.
No caso da geração Z, esse percentual chega a 65%, refletindo a dificuldade de poupar enquanto lidam com despesas cotidianas que comprometem a maior parte de sua renda.
Sonho com imóvel próprio no futuro
Outro levantamento, realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), reforça essa tendência: 95% dos jovens brasileiros ainda almejam ter um imóvel próprio na terceira idade.
Para o urbanista Rafael Kalinoski, responsável pelo estudo, o desejo da casa própria persiste, mesmo entre jovens que hoje vivem de aluguel. “Os dados desafiam a ideia de uma geração que abandonou o sonho do imóvel próprio”, afirma.
Além do desejo pelo imóvel em si, o estudo também investigou as principais prioridades ao escolher uma propriedade. Os fatores mais citados foram a segurança e a tranquilidade da localização (53%), seguidos pela proximidade de serviços e comércios (26%), e acesso a infraestrutura de lazer, cultura e esportes (19%).
Quando se trata das motivações para compra, ter uma residência mais moderna ou maior aparece no topo (31%), seguido pela realização de um sonho (28%) e a segurança financeira de possuir um patrimônio (28%).
Mesmo diante das dificuldades econômicas, os jovens permanecem otimistas quanto à realização do sonho de ter um imóvel próprio. Porém, o cenário atual exige estratégia, planejamento financeiro e soluções acessíveis, para curto e longo prazo.
*Com informações de ISTOÉ Dinheiro e Valor Investe

