
O mercado de escritórios corporativos de alto padrão em São Paulo atingiu as menores taxas de vacância nos últimos anos, de acordo com levantamentos recentes das consultorias especializadas Cushman & Wakefield e CBRE. Os dados revelam o melhor momento do setor em anos, impulsionado pelo retorno ao trabalho presencial e pela busca por espaços de maior qualidade.
Alto padrão com vacância de 12,8% no 3º tri
O relatório da Cushman & Wakefield aponta que o mercado de escritórios corporativos de alto padrão na capital paulista encerrou o terceiro trimestre com vacância de 12,8%. Isso representa um recuo de 5 pontos percentuais na comparação com o mesmo período de 2024, menor nível da série histórica.
Os preços médios subiram para R$ 142,63 mensais por metro quadrado, alta de 2,5% no trimestre. A Faria Lima mantém os valores mais elevados (R$ 285,64/m²), seguida pela JK (R$ 275/m²).
Regiões como Chácara Santo Antônio (R$ 72,49/m²) e norte da Marginal Pinheiros (R$ 80,42/m²) apresentam os menores preços.
Ainda de acordo com o levantamento, a absorção líquida ficou em 27,4 mil metros quadrados. Neste sentido, a Chácara Santo Antônio liderou com 11,3 mil m² absorvidos, seguida da Chucri Zaidan (8.854 m²) e Faria Lima (3.678 m²). Rebouças, Itaim e Jardins registram ocupação total.
“O saldo geral se mantém positivo, com o mercado demonstrando resiliência em meio à seletividade dos ocupantes”, afirma a Cushman. O estoque disponível despencou 25,3% no ano, chegando a 388,9 mil metros quadrados.
A expectativa é de mais 60 mil metros quadrados de entregas até dezembro nas regiões da Chucri Zaidan e Marginal Pinheiros, podendo alterar as dinâmicas de vacância no último trimestre.
CBRE aponta vacância geral de 17,6%
Relatório da CBRE, divulgado pelo portal Metro Quadrado, mostra que o mercado de escritórios em geral na capital paulista fechou o terceiro trimestre com a menor taxa de vacância dos últimos cinco anos, atingindo 17,6%.
Os edifícios triple A registraram 11,9% – queda de 5 pontos percentuais em 12 meses. Segundo o levantamento, São Paulo registrou 612 mil metros quadrados de absorção bruta até o trimestre passado, com 59% em empreendimentos padrão A e A+.
“Desde o segundo semestre de 2024 vivemos um período muito bom, com as grandes empresas voltando ao escritório”, afirma Felipe Giuliano, diretor da CBRE Brasil. O executivo destaca que o movimento reflete “a consolidação do retorno ao trabalho presencial”.
A região de Pinheiros lidera a recuperação, despencando de 38,8% em 2023 para 2,5% atualmente – a menor taxa do mercado. Já a Marginal Pinheiros, responsável por 42% da absorção bruta do ano, apresentou vacância de 12,4%, ante 16,9% em 2024.
O movimento é reflexo do esgotamento da Faria Lima. “Todo mundo quer estar na Faria Lima, mas não há mais espaço para grandes players”, destaca Giuliano.
Outra região bastante disputada na cidade, a Chucri Zaidan, registrou queda no percentual de salas desocupadas, de 21% para 18,3% em 12 meses.
Apesar do cenário favorável, Felipe Giuliano aponta que o resultado poderia ter sido melhor se os juros não estivessem em patamar tão alto (Selic a 15% ao ano). “Além disso, um cenário pré-eleitoral também foi antecipado pelo mercado,” ele argumenta.
A CBRE projeta que o mercado corporativo se aproxime de novos recordes de queda na vacância até 2026. Segundo a consultoria, o próximo ciclo de entregas deve ocorrer em dois ou três anos, impulsionado pelo leilão de Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPACs) da operação Faria Lima.
*Com informações de Folha de S.Paulo e Metro Quadrado

