
Comuns no exterior, diferentes tipos de moradias, como tiny houses (microapartamentos), flex living (imóveis por assinatura) e cohousing (comunidades colaborativas) vêm despertando o interesse dos brasileiros. É o que revela a pesquisa Ipsos-Ipec. A redução de custos e a simplicidade atraem potenciais adeptos.
Por outro lado, a pesquisa mostra que a falta de privacidade ainda limita a aceitação de opções compartilhadas. O levantamento feito a pedido do QuintoAndar entrevistou 2.485 pessoas das classes A, B e C em todo o Brasil.
Tiny houses e flex living atraem mais pelo custo reduzido
Entre as alternativas do mercado, as tiny houses – ou compactos – aparecem como a mais bem aceita: 69% dos entrevistados afirmaram que “se imaginam” ou “talvez morassem” nesses microapartamentos, enquanto apenas 17% rejeitam totalmente a ideia.
O principal motivo para a adesão é a possibilidade de reduzir o custo de vida (36%), seguida pela busca por um estilo de vida mais sustentável (34%). Por outro lado, 84% dos que rejeitam o modelo apontam a necessidade de mais espaço, e 42% citaram a falta de privacidade.
Outro modelo que chamou a atenção foi o flex living. Considerado por 60% dos entrevistados, o formato oferece aluguel por curtos períodos sem burocracias e já inclui imóveis mobiliados.
Além da economia, a curiosidade e o desejo de experimentar algo novo influenciam a escolha. No entanto, 47% dos que descartam a opção mencionam desconforto com as regras dessas moradias.
Coliving e cohousing esbarram na falta de privacidade
Os modelos mais compartilhados, como coliving (repúblicas) e cohousing (comunidades cooperativas), são os menos aceitos no Brasil.
No coliving, a rejeição chega a 55%, segundo o estudo. Já no cohousing, que oferece espaços privados e áreas comuns, 56% dos entrevistados consideraram a opção viável. Porém, em ambos os casos, a falta de privacidade foi o principal entrave para a adesão por mais de 80% dos respondentes.
“Critérios como privacidade e espaço individual são fundamentais. Muitas pessoas veem sua casa como um refúgio em um mundo caótico”, afirma Marcia Cavallari, diretora da Ipsos-Ipec.
“Ter um imóvel próprio não é um sonho que se abandona com o tempo. Ele pode ser planejado e construído”, reforça Cavallari.
Ainda assim, os novos formatos ganham espaço como alternativa, especialmente para os jovens. Para Thiago Reis, diretor de comunicação do QuintoAndar, os modelos colaborativos podem atrair até a população mais velha futuramente, oferecendo segurança e convivência comunitária.
*Com informações de Seu Dinheiro

