Veja o resumo da noticia
- Mercado imobiliário paulistano atinge novo patamar com aumento de lançamentos e do Valor Geral de Vendas (VGV) em 2025.
- Lançamentos de apartamentos em São Paulo quintuplicam em dez anos, impulsionados principalmente pelo segmento de luxo.
- Aumento nos preços dos imóveis impacta a classe média, que enfrenta dificuldades com financiamento e juros elevados.
- Programa Minha Casa, Minha Vida impulsiona lançamentos e vendas de imóveis de baixa renda na capital paulista.
- Estoque de apartamentos à venda em São Paulo tem ritmo de esgotamento rápido, com baixa disponibilidade de unidades prontas.
- Vila Mariana, Mooca e Vila Prudente se destacam entre os bairros com maior volume de vendas de apartamentos.
- Consultoria projeta crescimento contínuo nos lançamentos e vendas, influenciado pela queda dos juros e financiamentos.

O mercado imobiliário de São Paulo atingiu patamar histórico: o número de apartamentos lançados na capital chegou a 150,7 mil no período de 12 meses, terminados em outubro de 2025, de acordo com a consultoria Brain. O crescimento representa salto de 31% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O Valor Geral de Vendas (VGV) também saltou de R$ 72,3 bilhões para R$ 92,63 bilhões, o que representa uma alta de 28%.
“Chegamos pela primeira vez a mais de 150 mil unidades lançadas em SP. Há um ano, eram 115 mil unidades, o que já era um número estratosférico. Agora, são 150,7 mil e 142,7 mil foram vendidos“, afirma Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain, em entrevista ao Estadão.
Lançamentos crescem cinco vezes em uma década
Há dez anos, São Paulo tinha média de 33 mil lançamentos anuais de apartamentos. O número quintuplicou no período, de acordo com o levantamento da Brain.
Os dados mostram que os preços também subiram. O valor médio por metro quadrado passou de R$ 14,7 mil em outubro de 2024 para R$ 15,8 mil em outubro de 2025.
Na prática, isso significa que um apartamento de 50 metros quadrados que antes custava R$ 735 mil, hoje vale R$ 790 mil, uma alta de 7,4%.
Luxo lidera crescimento e classe média fica espremida
O mercado de luxo foi o que mais cresceu em lançamentos. Sua participação saltou de 9% para 14,6% do total. Foram 79 empreendimentos de alto padrão entre os 541 lançados na capital.
O maior volume de lançamentos, no entanto, veio do segmento econômico, que, somado ao mercado de compactos, totaliza mais de 60% dos projetos lançados. Já os produtos de médio padrão perderam espaço, ficando com parcela de 21,4% do total.
“Na classe média, há um problema com o limite de financiamento, que até foi esticado recentemente, mas os preços estão muito altos e há menos lançamentos de apartamentos de dois e três dormitórios como esse público deseja comprar. O principal problema para a classe média é a taxa de juros”, afirma Carlos Honorato, professor de economia da FIA Business School.
Segundo o professor, os itens que a classe média consome ficaram mais caros, como internet e assinaturas. O endividamento também é um fator crucial que interfere no poder de compra.
Segmento de baixa renda e nível dos estoques
Na outra ponta, o programa Minha Casa, Minha Vida registrou 93,5 mil apartamentos lançados em 2025, contra 70,6 mil em 2024. As vendas foram de 78,1 mil unidades, ante 58,5 mil no ano anterior.
O levantamento da Brain mostra ainda que o estoque atual de 97 mil unidades à venda se esgotaria em menos de sete meses. E apenas 10% dos apartamentos estão prontos para habitação.
Entre os bairros com maior número de vendas entre julho e setembro de 2025, se destacam Vila Mariana, Mooca e Vila Prudente.
A Brain projeta crescimento de 10% a 20% em lançamentos e vendas para 2026. Os principais fatores são a queda dos juros e novas modalidades de financiamento criadas em 2025.
*Com informações de Estadão

