
Sob influência de um ambiente macroeconômico desafiador, marcado por juros altos, crédito seletivo e cautela dos investidores, o mercado imobiliário brasileiro encerrou 2025 com resiliência. A avaliação é de Igor Melro, diretor de marketing e comercial da Porte Engenharia e Urbanismo, em entrevista à Times Brasil.
“A política monetária restritiva desacelerou o ritmo de lançamentos em alguns segmentos, especialmente no médio e no alto padrão“, afirmou Melro. Ainda assim, segundo ele, o desempenho do setor surpreendeu ao longo do ano.
“O Brasil se mostra resiliente, evidentemente é um país muito grande, muito potente, e é importante a gente analisar região por região, mas no consolidado a gente percebe que é positivo”, complementou.
São Paulo lidera crescimento nacional
De acordo com o executivo, o impacto dos juros varia conforme a dinâmica econômica local. Em São Paulo, por exemplo, o mercado apresentou números expressivos mesmo com a Selic em patamar elevado.
Dados do setor mostram que cerca de 400 mil unidades foram lançadas no país em 2025. Só na capital paulista, foram aproximadamente 150 mil unidades, alta de cerca de 30% em relação a 2024.
Para o executivo, um dos principais motores deste movimento foi o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que registrou vendas 25% maiores no semestre e concentrou a maior parte dos lançamentos.
“Quando a gente olha para o setor econômico de atendimento de déficit habitacional, o déficit é bastante grande. Então ele se mostra bastante resiliente com um momento positivo nesse produto do Minha Casa Minha Vida“, avalia Melro.
Perspectivas otimistas para 2026
Sobre o impacto dos juros no ritmo de novos investimentos, o executivo destacou que o custo do capital influencia diretamente as decisões. Ainda assim, ele vê perspectivas mais favoráveis à frente.
“A gente observa aí uma perspectiva futura para 2026 positiva, com uma indicação de estabilidade da Selic e uma possível queda.”
Melro também ponderou que a comparação direta entre mercado financeiro e mercado imobiliário nem sempre reflete a realidade do setor. “Historicamente, a valorização do imóvel e a rentabilidade do imóvel somadas são muito superiores à Selic, mesmo nos patamares em que ela se encontra atualmente”.
Para 2026, o executivo demonstrou otimismo, especialmente com projetos de uso misto que integram moradia, trabalho, ensino e entretenimento.
*Com informações da Times Brasil

