Veja o resumo da noticia
- Tenda retoma lançamentos em Curitiba com investimento de R$ 485 milhões para 4 mil unidades nos próximos quatro anos.
- Primeiro projeto viabilizado em convênio com a Prefeitura contempla 360 apartamentos populares no bairro Uberaba.
- Programa 'Casa Curitibana' oferece subsídios municipais e estaduais, além de isenção de ITBI para famílias.
- Subsídios regionais e readequação do plano diretor atraíram a Tenda de volta ao mercado de Curitiba.
- Mudanças na prefeitura e incentivos levaram a Tenda a adquirir terrenos para os futuros lançamentos.
- Tenda concentra 90% de seus terrenos na capital, mas busca expandir para São José dos Pinhais.
- Empresa analisa retorno a Minas Gerais, mas enfrenta desafios similares aos de Curitiba no passado.

A Tenda está retomando os lançamentos em Curitiba (PR) após quatro anos sem desenvolver novos produtos para a capital paranaense. A companhia vai investir R$ 485 milhões para lançar 4 mil unidades na cidade nos próximos quatro anos, com VGV (Valor Geral de Vendas) estimado em R$ 1 bilhão.
O primeiro projeto foi viabilizado por meio de um convênio com a Prefeitura e contempla 360 apartamentos populares no bairro de Uberaba, de acordo com reportagem do portal Metro Quadrado.
O empreendimento está enquadrado no ‘Casa Curitibana’, o programa de cheques municipal, e será destinado a famílias com renda superior a R$ 2.850 mensais que estão na fila da Cohab (Companhia de Habitação Popular de Curitiba).
Subsídios facilitam acesso à moradia
De acordo com o programa, as famílias receberão subsídios de R$ 10 mil do município e R$ 20 mil do estado, além de isenção de ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis). A Tenda será beneficiada com isenções fiscais e parâmetros urbanísticos especiais.
Um dos fatores que tornou a praça atrativa novamente para a Tenda foi exatamente o programa de subsídios regionais, aponta o diretor regional da construtora no Sul, Weliton Costa.
Os cheques se somam aos subsídios já previstos no programa federal Minha Casa, Minha Vida (MCMV), fazendo os investimentos ainda mais promissores.
Mudanças no ambiente regulatório
Outro fator importante por trás da retomada é a readequação do plano diretor da cidade, que antes era restritivo para a habitação popular. Enquanto a demanda do MCMV é de 7 mil unidades por ano, o mercado lançou 7,3 mil unidades no total entre 2017 e 2024, segundo dados da Brain.
A própria Tenda é um exemplo disso: tocou apenas 10 projetos entre 2017 e 2021, volume considerado baixo pela própria companhia. “Não foi por falta de energia e nem de demanda. Nenhuma outra empresa conseguiu aplicar um volume alto em Curitiba por conta do ambiente regulatório“, disse Costa.
Segundo a Tenda, a situação mudou quando Eduardo Pimentel (PSD) assumiu a Prefeitura em 2025. O novo prefeito anunciou que iria lançar 20 mil unidades durante sua gestão, além de uma série de incentivos.
Com isso, a Tenda se movimentou para comprar terrenos. A maior parte do volume necessário para lançar as 4 mil unidades previstas para os próximos anos já está “dentro de casa”, segundo a empresa.
Expansão regional em análise
Cerca de 90% desse landbank da Tenda está concentrado na capital, enquanto a incorporadora também tem terrenos em Araucária, na região metropolitana. Mas a empresa gostaria ainda de estender a atuação para São José dos Pinhais, também na região metropolitana.
No entanto, Costa diz que regras de contrapartida urbanísticas inviabilizam os projetos por enquanto.
A situação é similar à do estado onde a Tenda foi fundada, Minas Gerais. A incorporadora estuda voltar a atuar, depois de sete anos sem lançamentos. “Apesar de ser o berço de várias companhias do MCMV, como a própria Tenda, Direcional e MRV, Minas tem uma dificuldade de normas urbanísticas muito parecida com a que existia em Curitiba“, disse Costa ao Metro Quadrado.
Segundo o diretor, que também é responsável pela regional mineira, a companhia trabalha para fazer uma retomada sólida por lá. Mas ele considera que o estado ainda está um ano ou dois atrás de Curitiba.
“Neste momento, estamos apenas buscando terrenos nas praças e legalizando os projetos nas prefeituras“, concluiu.
*Com informações de Metro Quadrado

