
Investir em imóveis com pouco dinheiro não é mais algo reservado só para quem tem muito dinheiro. Com pequenas quantias, é possível comprar partes de um imóvel ou aplicar em investimentos. É uma maneira de entrar no mercado imobiliário indiretamente e dar os primeiros passos para, no futuro, adquirir o seu imóvel.
Neste guia, você vai entender como investir em imóveis com pouco dinheiro, quais opções existem no mercado e como escolher a melhor estratégia para o seu perfil.
Por que investir em imóveis é possível mesmo com pouco dinheiro
Começar a investir com pouco dinheiro em imóveis é um modo de aprender como funciona a dinâmica desse mercado. O rendimento pode ser reinvestido para acumular patrimônio, diversificando a solidez desse segmento e garantindo um reforço na renda mensal.
A opção mais popular nos últimos tempos são os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), uma forma de comprar uma fatia de imóvel a partir de R$ 10 e receber dividendos mensais. Mas as opções vão muito além, passando por letras de crédito – que financiam o segmento – até a compra de um imóvel em leilão com desconto.
Formas de investir em imóveis com pouco dinheiro
1. Fundos Imobiliários (FIIs)
Essa é a opção que mescla o investimento tradicional em imóveis com uma roupagem mais moderna. É possível adquirir cotas de Fundos de Investimento Imobiliário (FII) na B3 a partir de R$ 10. São pequenas fatias de empreendimentos nos segmentos residencial, comercial, de galpões ou até shopping centers.
A boa notícia é que, pelo menos por enquanto, o governo desistiu de tributar os FIIs. Então, o lucro mensal ainda vai ser isento de Imposto de Renda (IR).
Para avaliar um FII, investigue o histórico da gestora que cuida do investimento e entenda se o setor está aquecido. Por exemplo: um FII de um ou mais imóveis residenciais tende a ter uma valorização diferente do segmento comercial.
Além disso, lembre que os FIIs são negociados na Bolsa de Valores. Se precisar vender, o preço que será pago é o valor de mercado naquele momento. Ou seja, pode existir prejuízo em relação ao que foi pago inicialmente.
2. LCI e CRI (Letras e Certificados de Crédito Imobiliário)
Quem busca a previsibilidade do mercado imobiliário e ficar próximo da taxa de juros do momento tem como opção as letras e certificados de crédito imobiliário (LCIs e CRIs).
Investir em um deles significa que você está financiando o setor produtivo e, em troca, recebe uma remuneração.
Assim como os FIIs, as LCIs e os CRIs devem seguir isentos de Imposto de Renda (IR) e, como extra, são assegurados pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Ou seja, é uma segurança adicional para o investidor se o emissor do título não honrar o pagamento.
3. Imóveis de leilão
Para o investidor que ainda não desapegou da ideia de ter o próprio imóvel, existe a oportunidade de comprar um em leilão. São empreendimentos que foram retomados pelos bancos porque o proprietário tinha dívidas de IPTU, condomínio ou atrasou parcelas do próprio financiamento.
A grande vantagem é conseguir descontos altos, na ordem de 30% a 50%. Mas saiba que há riscos: o imóvel não poderá ser visitado antes da compra e qualquer reforma será de responsabilidade do novo dono.
Da mesma forma, este imóvel pode estar ocupado e caberá ao novo dono negociar – muitas vezes, quem está no local é um locatário, por exemplo.
Também pesquise antes para saber se o imóvel comprado em leilão não está vinculado a nenhum processo judicial.
4. Consórcio Imobiliário
O tradicional consórcio é uma tática que muitos brasileiros usam para conseguir formar poupança e comprar um imóvel. É um sistema de rateio, em que cada pessoa paga uma parcela mensal e, caso seja contemplada, vai receber uma carta de crédito para comprar uma unidade à vista.
É uma alternativa em um momento de juros elevados. Apenas atente-se que, anualmente, o valor das parcelas é reajustado pelo Índice Nacional da Construção Civil (INCC). De todo modo, vai existir um aumento de custo, no momento atual, mais baixo do que o do financiamento imobiliário. Também há cobrança de taxa administrativa.
5. Ações de construtoras e incorporadoras
Outra forma de investir indiretamente no mercado imobiliário é comprar ações de construtoras e incorporadoras na B3. É diferente de possuir um Fundo de Investimento Imobiliário (FII). Entenda mais abaixo:
| Tipo de investimento | Foco de valorização |
|---|---|
| Ações de construtoras e incorporadoras | O preço das ações varia conforme o desempenho da empresa no setor imobiliário (ex.: volume de vendas, lançamentos etc.) |
| FIIs | O valor da cota depende do desempenho dos imóveis que compõem o fundo (ex.: taxa de ocupação, aluguéis, vacância) |
Esse tipo de investimento exige mais conhecimento. É preciso analisar os balanços trimestrais das empresas e entender se, no momento da compra, há potencial de valorização e quais os riscos envolvidos. Como qualquer tipo de ação, o retorno pode ser bem elevado, assim como a perda.
Quanto é “pouco dinheiro” para começar a investir em imóveis
Dá para começar a partir de R$ 10 mensais para investir no setor imobiliário. Veja o risco de cada tipo de aplicação abaixo. Uma dica importante é mesclar o nível de risco para quem está apostando nesse mercado.
| Tipo de investimento | Valor mínimo aproximado | Risco |
|---|---|---|
| Fundos Imobiliários (FIIs) | A partir de R$ 10 | Baixo a médio |
| LCI/CRI | A partir de R$ 1.000 (em média) | Baixo |
| Imóveis de leilão | A partir de R$ 100.000 | Alto |
| Consórcio Imobiliário | A partir de R$ 1.000/mês (depende do imóvel) | Médio |
| Ações de construtoras | Abaixo de R$ 10 (varia conforme a empresa) | Médio a alto |
Como escolher a melhor opção para o seu perfil
Para investir com pouco dinheiro em imóveis, pense sobre o seu perfil e quais os objetivos de curto e longo prazo.
Conservadores: podem escolher LCIs e CRIs — no fim do prazo, o valor recebido será exatamente o retorno projetado.
Moderados: podem optar por FIIs — têm rendimento previsível, mas variação no valor da cota.
Arrojados: podem investir em ações. O potencial de valorização é alto, mas o risco também.
Estratégias para reinvestir e aumentar o patrimônio
Há dois caminhos para avançar em estratégias de investimento indireto com pouco dinheiro no mercado imobiliário:
Usar os rendimentos como complemento da renda mensal; ou
Reaplicar os ganhos para a compra de um imóvel físico.
Tudo depende do objetivo final. Os que buscam o imóvel próprio podem criar metas de médio prazo. Por exemplo: todo o rendimento obtido no intervalo de um ano será reinvestido para formar o valor de entrada do imóvel.
Erros comuns de quem começa a investir em imóveis com pouco dinheiro
Algumas dicas podem ajudar os iniciantes que escolheram investir em imóveis com pouco dinheiro. A principal delas é não esquecer que, assim como todo tipo de investimento, há custos e riscos.
Em LCIs, CRIs e FIIs, há isenção de Imposto de Renda- mas isso pode ser revisto.
O rendimento tende a ser previsível, e a chance de um retorno muito alto é menor.
Já as ações podem garantir uma rentabilidade imbatível ou se desvalorizar rapidamente.
Espalhar o dinheiro entre diferentes tipos de aplicação ajuda a diluir os riscos e a conhecer melhor o funcionamento de cada modalidade.

