
Investir em imóveis é diferente do que comprar um imóvel para morar. Antes mesmo de realizar o sonho de sair do aluguel e adquirir a casa própria, já é possível escolher um investimento imobiliário para fazer renda. Com planejamento e boas ferramentas de simulação, você pode construir um patrimônio rentável e seguro.
Neste guia completo, você vai entender como funciona o investimento imobiliário, comparar opções de compra diretas ou indiretas, aprender a avaliar imóveis e descobrir se o financiamento pode fazer parte da estratégia. Vamos lá?
O que é investimento imobiliário? Veja como funciona e por que investir
No Brasil, o investimento imobiliário está enraizado na cultura popular, muito em função das diversas crises econômicas das últimas décadas.
A popularidade do investimento em imóveis se mantém, mesmo que hoje as aplicações financeiras sejam mais diversificadas e acessíveis do que nas últimas décadas.
Quem se aventura em um investimento imobiliário deve ter como foco gerar retorno, seja por meio de renda mensal com aluguel, valorização do bem na revenda ou rendimentos de fundos imobiliários.
Entender o mercado imobiliário como renda secundária — ou até mesmo como principal fonte de rendimentos — é diferente do que escolher um imóvel para moradia.
Opções de investimento imobiliário: direto x indireto
Investimento imobiliário direto
A forma mais tradicional e antiga é comprar um imóvel físico e tem como principais objetivos:
- Aluguel: gerar renda mensal passiva.
- Revenda no curto prazo: aproveitar valorização rápida.
- Valorização no longo prazo: manter poder de compra com ganho patrimonial.
Pode ser um apartamento, casa, sala comercial ou terreno, e é possível obter lucro em imóveis novos, usados ou em construção.
A localização é essencial: ruas movimentadas funcionam melhor para comércio do que para residência, por exemplo. “Os nossos estudos mostram que, no geral, ruas tranquilas, mas próximas de vias importantes ou com fácil acesso ao transporte público, são locais muito valorizados. Já em cidades litorâneas, estar de frente ou próximo à praia são grandes diferenciais”, afirma o gerente de dados da Loft, Fábio Takahashi.
Investimento imobiliário indireto
Cada vez mais popular, essa modalidade envolve aplicar em fundos de investimento imobiliário (FIIs). Você compra cotas de empreendimentos como shoppings, prédios comerciais ou residenciais.
Principais vantagens:
- Começar com baixa aplicação inicial, a partir de R$ 10
- Ter uma fonte de renda mensal
- Acumular rendimento mensal
A renda extra depende do retorno do FII. Para um fundo que paga, em média, 1% ao mês, é preciso ter R$ 100 mil investidos para receber R$ 1 mil mensalmente.
Reinvestir ou formar capital para comprar imóvel diretamente.
Segundo dados do Santander, mais de 2,7 milhões de brasileiros já investem em FIIs -leia mais abaixo.
Posso usar financiamento para investir em imóvel? Entenda se vale a pena
Sim, é possível usar o financiamento imobiliário como estratégia de investimento. Funciona assim:
- Você financia parte do imóvel.
- Coloca o bem para alugar.
- Usa o aluguel para pagar as parcelas.
É mais indicado para quem já tem imóvel próprio, já que dificilmente o aluguel cobrirá o valor das parcelas e também os seus custos para morar num empreendimento alugado.
Antes de decidir, avalie:
- Se possui a entrada (20% ou mais).
- Qual será o valor das parcelas e a taxa de juros.
- Custos extras: condomínio, IPTU, manutenção.
- Possível vacância.
Faça simulações de financiamento imobiliário e aprenda a calcular a rentabilidade de um imóvel alugado antes de tomar uma decisão.
Como avaliar um imóvel para investir
Alguns critérios são essenciais para escolher um bom imóvel para aluguel ou revenda.
Avalie as características do bem e os custos envolvidos, como:
- Localização: o imóvel fica em um bairro com forte demanda para locação ou compra?
- Preço por m²: o bairro ou região tem potencial de valorização? Entenda que não é apenas uma questão de “quanto menor o valor do metro quadrado, maior o potencial de retorno.” Um imóvel pode ter preço atrativo, mas baixo potencial de valorização porque, por exemplo, está distante de metrô e ônibus.
- Condições legais: a documentação está em dia? Qual o custo de eventual regularização e/ou o risco jurídico?
- Custos fixos: condomínio e IPTU cabem no meu bolso? Saiba que, mesmo acertando o investimento em um imóvel, é possível que o tempo de venda ou de locação leve algum tempo e, neste período, você terá de arcar com condomínio e IPTU.
Não existe uma regra absoluta para estabelecer o preço de aluguel de um imóvel — muito pode ser resolvido na negociação com o futuro locatário.
Mas é indicado que o valor fixado esteja em torno de 0,5% do valor do imóvel. Exemplo: um imóvel de R$ 500 mil deve ter um aluguel de cerca de R$ 2.500/mês.
O que são Fundos Imobiliários (FIIs) e como começar com pouco dinheiro
Se você não quer ou não pode investir em um imóvel físico agora, os Fundos Imobiliários (FIIs) são uma ótima porta de entrada.
Você compra cotas na Bolsa a partir de R$ 100 ou até menos do que R$ 10 e passa a receber rendimentos mensais isentos de IR. O fundo é administrado por gestores profissionais, que cuidam da operação e dos imóveis envolvidos.
Cada fundo possui uma estratégia específica, como comprar salas comerciais em determinado bairro da cidade ou apostar em imóveis residenciais de alto luxo.
Funciona assim: fundos imobiliários lançam cotas na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, para permitir o investimento de pessoas físicas. Cada cota significa uma fatia daquele imóvel.
Consulte no site da gestora (ou no seu aplicativo bancário) os relatórios mensais e o prospecto do fundo. Assim, você terá informações sobre a estratégia de investimento e se está adequada ao seu perfil.
No site da B3 é possível consultar todos os fundos disponíveis. Há também diversos ebooks e outros materiais gratuitos que ajudam a calcular o retorno com dividendos dos FIIs e entender quanto é necessário investir para alcançar a renda desejada.
Mas atenção: os FIIs, embora forneçam uma renda em tese estável ao longo do tempo, são considerados investimentos de renda variável.
Isso acontece porque o valor de cada cota varia como a ação de uma companhia listada em Bolsa. São diversos fatores que influenciam nessa oscilação, como a situação do mercado imobiliário “real” e o desempenho do próprio fundo — isto é, se o gestor está conseguindo trazer retorno para os cotistas.
Tipos de FIIs:
- Tijolo: fundos que investem diretamente em imóveis físicos (galpões, shoppings, prédios comerciais).
- Papel: fundos que compram títulos de crédito imobiliário (CRI, CRA).
- Híbridos: mistura dos dois.
Vantagens dos FIIs:
- Aporte inicial baixo
- Diversificação
- Liquidez (as cotas podem ser vendidas diariamente na Bolsa)
- Rendimento mensal automático
Riscos:
- Vacância nos imóveis do fundo
- Queda no valor da cota
- Má gestão do fundo
Principais erros a evitar no investimento imobiliário
- Comprar com foco emocional, não financeiro.
- Ignorar custos fixos e vacância.
- Não estudar os ativos dos FIIs.
- Contar com valorização sem fundamentos.
- Assumir financiamento sem folga orçamentária.
Vale a pena investir em imóveis em 2025?
Toda decisão de investimento e os riscos embutidos devem levar em conta a situação do país e as condições financeiras do investidor. Esse cenário pode mudar rapidamente, então sempre procure fontes de informações e sites de notícias para se atualizar.
De modo geral, as perspectivas para investimento imobiliário em 2025 são as seguintes:
- A taxa Selic, que impacta diretamente o custo de financiamento imobiliário está em patamar elevado, encarecendo o preço do imóvel a ser comprado.
- Ao mesmo tempo, a demanda por aluguel continua forte nas capitais.
- A combinação dos fatores 1 e 2 torna atrativo comprar um imóvel e depois alugá-lo — desde que o investidor possa assumir o financiamento com taxas mais caras.
- Os fundos de investimento imobiliário (FIIs) se recuperaram depois de um 2024 menos favorável. Segundo analistas, muitos ainda são negociados com desconto na B3 — ou seja, o potencial de valorização existe.
Investir em imóveis é possível mesmo que você more de aluguel
Não é preciso esperar o “imóvel dos sonhos” para começar a investir. Com informação, planejamento e ferramentas certas, você pode dar os primeiros passos para construir um patrimônio consistente.
Simule agora:
- Simulador de financiamento – comece pela Caixa Econômica Federal
- Comparador de FIIs – Funds Explorer
Perguntas Frequentes — Investimento imobiliário: guia completo para segurança e lucro
1) O que é investimento imobiliário e como funciona no Brasil?
Investimento imobiliário é aplicar recursos em imóveis com o objetivo de obter retorno — seja pela renda de aluguel, valorização ao longo do tempo ou revenda. No Brasil, é uma prática enraizada historicamente, em parte por conta de crises econômicas das últimas décadas.
2) Quais são as diferenças entre investimento imobiliário direto e indireto?
Direto: comprar imóvel físico — apartamento, casa, sala comercial ou terreno. Possibilita renda de aluguel, revenda de curto prazo ou valorização no longo prazo.
Indireto: investir por meio de fundos imobiliários (FIIs), adquirindo cotas de empreendimentos.
3) Quais as vantagens e riscos de investir em FIIs?
Vantagens: aporte inicial baixo (valores a partir de ~R$ 10), diversificação, liquidez (as cotas são negociadas na Bolsa) e rendimento mensal automático.
Riscos: vacância nos imóveis que pertencem ao fundo, queda no valor da cota e má gestão do fundo.
4) Como usar financiamento para investir em imóveis — e quando vale a pena?
É possível financiar parte do imóvel, alugá-lo e usar o aluguel para pagar as parcelas. Deve-se avaliar: existência de entrada (mínimo sugerido de ~20%), valor das parcelas e taxa de juros, custos extras (condomínio, IPTU, manutenção) e risco de vacância.
5) Quais critérios considerar para avaliar um imóvel para investimento?
- Localização: demanda para locação ou compra; proximidade de transporte público; em cidades litorâneas, estar próximo ou de frente para a praia pode contar.
- Preço por metro quadrado comparado à valorização da região.
- Documentação e risco jurídico, inclusive possíveis custos de regularização.
- Custos fixos: condomínio, IPTU e manutenção; considerar também períodos de vacância.
- Valor de aluguel: referência de ~0,5% do valor do imóvel.
6) Qual é o comparativo entre imóvel físico e FIIs?
Critério | Imóvel físico | Fundo Imobiliário (FII) |
---|---|---|
Aporte inicial | Alto (considerando entrada e outros custos) | Baixo (a partir de ~R$ 10) |
Gestão | Própria | Profissional |
Rendimento mensal | Sim, se alugado | Sim, distribuição de rendimentos pelas cotas |
Liquidez | Baixa | Alta — cotas negociadas na Bolsa |
Tributação | IR sobre aluguel | Isento de IR para pessoa física (sobre rendimentos) |
Financiamento | Possível | Não se aplica |
7) Quais são os erros principais que investidores imobiliários devem evitar?
- Comprar por emoção, sem análise financeira.
- Ignorar custos fixos e períodos de vacância.
- Não estudar os ativos dos FIIs.
- Contar com valorização sem fundamentos.
- Assumir financiamento sem folga orçamentária.
8) Em 2025, investir em imóveis vale a pena?
Depende do perfil do investidor e da sua capacidade financeira. Fatores atuais apontados no artigo: a taxa Selic está alta (encarecendo o financiamento), a demanda por aluguel segue forte nas capitais e muitos FIIs estão negociados com desconto na Bolsa, o que pode gerar oportunidades.