
Se você já tem décadas de profissão como eu, com certeza viu muitas “modinhas” passarem no mundo corporativo. Algumas chegam causando alarde, outras prometem revoluções, mas acabam se diluindo no tempo. Spoiler: Inteligência Artificial não é uma dessas modinhas. Ela veio para ficar e transformar tanto a nossa vida cotidiana quanto o ambiente de trabalho.
Mas calma lá, antes de entregarmos o mundo nas mãos das máquinas, vale uma reflexão: será que não estamos terceirizando demais o que a IA vai resolver para nós? Os mais antigos vão lembrar deste termo que já foi moda/solução/terror no mundo corporativo.
Sim, a IA é incrivelmente eficiente. Ela processa dados em segundos, automatiza tarefas chatas e reduz erros a quase zero. Mas, convenhamos, máquinas não se emocionam com uma música marcante, não se arrepiam com um cheiro que evoca lembranças de infância, não criam a partir de vivências. Máquinas não têm alma.
E sabe o que isso significa? Que a verdadeira criatividade e inovação ainda vêm do ser humano. Ela vem das nossas contradições, dos nossos erros e acertos no decorrer da vida, do nosso amadurecimento, das nossas experiências e emoções. É deste “caldeirão” chamado vida que nascem as grandes ideias. Criatividade não é um botão que você liga, muito menos um algoritmo que aprende padrões. Ela vem de VIVER. Vem de amar, de chorar, de sentir o mundo à sua volta.
Isso não quer dizer que a IA não seja importante — pelo contrário!
Ela é uma ferramenta poderosíssima, que pode potencializar nosso trabalho e abrir caminhos antes inimagináveis. Este artigo mesmo. Escrevi um esboço inicial, coloquei no chat GPT com um prompt dizendo o que eu queria expressar, para quem eu estava escrevendo e tcharam: saiu a BASE para o que você está lendo.
A base, porque novamente entrou a Raquel no jogo. Revisando, dando a minha cara, inserindo mais ideias a partir dos insights que vieram da IA. Resumindo: a IA me ajudou um monte, mas ela não me substituiu.
O “tempero humano” na era da IA
O grande diferencial no fim das contas continua sendo eu, sendo você. É o que a gente faz com a IA, como conectamos os pontos e transformamos dados frios em algo que ressoa com as pessoas. É aí que entra o “tempero humano”.
Então, em vez de temer (achando que os robôs vão substituir todas as profissões) ou idolatrar as máquinas (achando que elas vão fazer tudo pra você ou para a sua empresa), que tal olhar para elas como parceiras?
Use a IA para fazer o que ela faz melhor: tarefas repetitivas, análises complexas, automação. E use o que só você tem: a sua história, a sua visão única do mundo, a sua capacidade de criar algo que toque a emoção de outra pessoa. É o diferente que nos faz especiais e únicos!
Não sei se você concorda comigo, mas parece que ultimamente todos estão esquecendo que quem está aí do outro lado da tela é uma pessoa. O lead, o nosso cliente, o CEO, a gerente, todos são outro ser humano cheinho de emoções e vulnerabilidades como nós.
Inovação e o Futuro da Humanidade com a IA
Errar (o que as máquinas quase não fazem) é parte do processo de inovar tão desejado no mundo corporativo. Porém, não se esqueça que inovação não vem do que é perfeito e previsível, mas sim do que é surpreendente e humano.
Posso garantir para vocês: no final, o futuro não será das máquinas. Será de quem souber usar o melhor da tecnologia para aflorar o melhor da nossa humanidade. O futuro será de quem entender que a nossa diversidade, nossa incoerência, nosso mudar de ideia é o que nos faz especiais e nos conecta com o outro.
Bora então colocar a IA no lugar dela?

