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Dados e pesquisas

Inteligência de Mercado Imobiliário: Relatórios e Indicadores para Suas Decisões

Entenda como usar dados e pesquisas para investir melhor e reduzir riscos

Leitura: 14 Minutos
Inteligência de mercado imobiliário
Inteligência de mercado imobiliário

Fazer um bom negócio com a compra ou venda de um imóvel passa por encontrar uma fonte confiável de Inteligência de Mercado Imobiliário.

Nunca ouviu falar? É simples: empresas ou consultorias que atuam nesse segmento transformam dados, pesquisas e índices em informação útil para a tomada de decisões de investimento.

Consultar essas fontes é recomendável para compradores de imóvel e empresas imobiliárias que procuram oportunidades e querem antecipar tendências de valorização do preço do metro quadrado.

Com este artigo você vai entender, por conta própria, como usar relatórios, indicadores e plataformas para investir melhor, reduzir riscos e otimizar processos.

O que você vai encontrar neste conteúdo:

  • Dicas para imobiliárias e investidores usarem inteligência imobiliária
  • Como aplicar dados na prática, seja para investir ou gerir
  • Ferramentas e fontes confiáveis para acompanhar tendências
  • Respostas às principais dúvidas sobre o tema

O que é Inteligência de Mercado Imobiliário?

Usar Inteligência de Mercado Imobiliário, ou inteligência imobiliária, é ir além da intuição ou palpites para saber onde investir, quando cobrar ou vender.

Em um segmento tão disputado e pulverizado como o de imóveis, “apostar” na valorização de um bairro ou região já não funciona mais. É preciso saber coletar, organizar e interpretar dados para tomar decisões com base em evidências.

Diferenças entre Dados, Informações e Inteligência

Afinal, como entender a diferença entre informações brutas e inteligência de mercado imobiliário?

Isoladamente, um dado diz pouco sobre a dinâmica de uma cidade ou região. É uma “foto” daquele momento, e para entender todo o contexto é preciso observar o “filme”.

A dica mais prática e simples é fazer comparações e observar a tendência de longo prazo em cada pesquisa e indicador. Veja alguns exemplos:

Valor do metro quadrado na cidade de São Paulo

Dado bruto: o preço médio do metro quadrado de imóvel residencial na cidade de São Paulo é de R$ 11.761, segundo o Índice FipeZap de julho de 2025

Dado contextualizado com inteligência imobiliária: o preço médio do metro quadrado de imóveis residenciais na cidade de São Paulo subiu 0,50% em julho de 2025, índice similar ao de junho de 2025 (+0,46%). Nos últimos 12 meses, no entanto, o indicador mostra perda de fôlego de junho para julho, quando a valorização acumulada passou de 5,40% para 5,29%.

Conclusão: a cidade de São Paulo ainda vive um momento de valorização imobiliária em 2025, com altas consecutivas no preço do metro quadrado. Há sinais de que, nos próximos meses, a tendência é de aumentos menos intensos na cotação dos imóveis.

O que isso significa para o investidor: a escolha de comprar um imóvel para revenda precisa ser estudada com mais cautela. É provável que, em algumas regiões da capital paulista, a valorização ao longo de 2025 seja mais tímida do que em 2024.

Venda de imóveis na cidade de São Paulo

Dado bruto: em junho de 2025, foram comercializadas 10.151 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo (Secovi-SP)

Dado contextualizado com inteligência imobiliária: a venda de unidades residenciais novas na cidade de São Paulo caiu 1,5% em junho em relação a maio, para 10.151. No entanto, foram lançados mais imóveis (124,9 mil) do que o total de vendas (113,3 mil) nos últimos 12 meses, o que indica sobra de oferta.

Conclusão: ainda em bom ritmo, as vendas de imóveis residenciais na cidade de São Paulo mostraram leve avanço de maio para junho de 2025 e há um volume maior de lançamentos do que o de comercialização em 12 meses.

O que isso significa para o investidor: com mais oferta, pode ser interessante revisar o preço anunciado para diminuir o tempo de negociação com um potencial comprador.

Por que a Inteligência de Mercado é essencial?

Investir em um imóvel é um hábito enraizado do brasileiro e segue como alternativa muito popular para quem tem no setor a principal fonte de renda ou procura dinheiro extra.

Uma pesquisa recente da Loft, feita em parceria com a Offerwise em agosto de 2024, mostrou que 30% da população pretendia comprar um imóvel visando o investimento nos 12 meses seguintes.

Incertezas e receios sobre a decisão de compra ou venda de um imóvel são comuns, mas há algumas dicas e recomendações. Pesquise sobre as regiões que pretende investir e procure evidências, com dados e informações reais e confiáveis, de valorização ou potencial de valorização.

Por exemplo: há melhorias urbanas ou de transporte (como novas estações de metrô) em andamento?

Veja um exemplo prático: um levantamento publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo mostrou que, na cidade de São Paulo, os imóveis no entorno da Linha Lilás do Metrô subiram mais do que a média da capital, seja para locação ou venda.

Para imobiliárias, essas informações são fundamentais para melhorar a gestão do negócio e, por exemplo, procurar imóveis para o portfólio em regiões mais atraentes, que têm mais chance de atrair compradores.

Além disso, os times de marketing e operação podem direcionar os esforços e despriorizar zonas onde o retorno tende a ser menor ou mais lento.

Principais desafios para decidir onde investir em imóveis

Ter acesso a dados confiáveis e saber interpretá-los são os maiores obstáculos para quem busca investir em imóveis.

Até meados de 2010, era difícil obter dados precisos sobre o valor do metro quadrado e o setor imobiliário não se guiava tanto por estatísticas. Isso mudou para melhor, felizmente.

Hoje há uma série de fontes confiáveis e atualizadas com frequência, geralmente produzidas por empresas que possuem times de inteligência imobiliária. Veja no fim do artigo uma lista de pesquisa e empresas confiáveis.

Uma curiosidade: você sabia que o preço de imóveis dobrou na cidade de São Paulo de 1975 a 2015?

Um desafio comum, no entanto, ainda é interpretar as informações corretamente. Em geral, as pesquisas trazem os preços médios por cidade e sobre alguns bairros. Logo, um erro comum é não olhar no detalhe para descobrir como está a dinâmica de uma determinada região.

Em outras palavras: na média, uma cidade pode viver um período de valorização do metro quadrado, mas alguns bairros, por questões específicas, podem não estar tão aquecidos ou, ainda, registrar estabilidade ou queda de preços.

Muitas fontes tradicionais de inteligência imobiliária oferecem grátis as estatísticas mais gerais sobre o valor do metro quadrado. Se você procura informações ainda mais detalhadas, incluindo dados sobre o perfil dos potenciais clientes, pode ser uma opção contratar um serviço de consultoria ou inteligência de mercado para receber informações sob medida.

Pode parecer exagero, mas veja o exemplo: alugar em um bairro vizinho em São Paulo pode sair quase pela metade do valor, mesmo que a tendência de valorização seja a mesma. Até uma mesma avenida ou rua podem ter cotações diferentes, a depender da proximidade com serviços e transporte.

O que pode acontecer se o preço do imóvel estiver errado?

São dois cenários:

  • Imóveis com valor muito abaixo do mercado vão perder a oportunidade de ganho maior;
  • Imóveis com valor muito acima do mercado tendem a ficar desocupados por mais tempo.

Para quem é dono de uma empresa imobiliária, outro desafio é integrar essas informações aos sistemas internos, como os de CRM. É importante checar com os times de dados e, se necessário, colocá-los em contato com a empresa que vai fornecer as informações.

Afinal, de nada adianta ter dados se não for possível utilizá-los ou se esse processo trouxer muito trabalho manual para os funcionários.

Quais indicadores realmente importam para investir em imóvel?

Afinal, como trazer dados e análises para o dia a dia de quem compra, vende ou aluga imóveis? Algumas métricas são essenciais, veja abaixo:

  • Preço médio do metro quadrado: permite comparar bairros e prever valorização.
  • Tempo médio de venda ou locação: permite avaliar a liquidez de um imóvel e entender melhor a relação risco/retorno do investimento.
  • Lançamento e vendas: se há mais lançamentos do que vendas, pode ser um sinal que é hora de ajustar o preço porque há muita oferta. Claro, esse é apenas uma interpretação, é importante analisar mais dados.
  • Perfil dos clientes: permite direcionar melhor os times de venda e as campanhas e anúncios em geral.

Como aplicar esses dados na prática?

Escolha uma fonte de dados e acompanhe os indicadores mensalmente. Há uma lista no fim do artigo com sugestões grátis e que podem ser acessadas por qualquer pessoa.

Como saber qual indicador ou pesquisa acompanhar? Antes de tudo, entenda qual é o seu objetivo (comprar para alugar ou comprar para revender) e qual bairro deseja investir.

A escolha de um bairro ou região para investir passa por alguns critérios, como:

Critérios objetivos:

  • Preço do metro quadrado;
  • Tendência de valorização;
  • Quantidade de lançamentos na região.

Critérios subjetivos:

Investidores individuais: a região escolhida é próxima do meu trabalho ou residência caso precise realizar reparos ou acompanhar visitas? Conheço bons corretores que atendem o bairro? Caso o imóvel fique desocupado por mais tempo do que o planejado, é uma opção locar ou vender a minha residência atual e morar no imóvel originalmente pensado como investimento?

Imobiliárias: a minha equipe possui experiência de vendas na região escolhida? Caso o ritmo de vendas seja mais lento do que o esperado, tenho caixa para manter a empresa funcionando? Consigo compensar um eventual desempenho mais fraco de venda ou locação de uma região com os resultados de outra?

Método de trabalho:

Para investidores individuais, a recomendação é fazer um plano simples e possível de ser seguido. O risco de traçar uma meta ambiciosa de estudar uma quantidade grande de pesquisas é o trabalho acabar descontinuado em pouco tempo. Para donos de imobiliária, é importante checar se os times de vendas e de atendimento ao cliente possuem conhecimento técnico e têm acesso a ferramentas para absorver o trabalho de inteligência em meio às demandas do dia a dia.

Se a intenção é vender futuramente, acompanhe todos os meses a variação de preço, sem esquecer de olhar períodos mais longos — às vezes, há pouca variação entre um mês e outro ou movimentos atípicos (altas ou quedas mais bruscas) que depois voltarão à normalidade.

Geralmente, as pesquisas sobre o valor dos imóveis já apresentam cálculos prontos sobre variações em 12 meses ou no acumulado de ano. Isso facilita a compreensão sobre a tendência do setor em uma cidade ou região.

Se a ideia é comprar para alugar, uma boa sugestão é levantar informações como a taxa de vacância. Esse dado vai ajudar a calcular qual o tempo médio para começar a ter rentabilidade sobre o investimento realizado.

Os donos de imobiliária ou outras empresas do ramo precisam treinar o time e garantir que os relatórios sejam interpretados da forma correta, assim como criar rotinas para que as informações sejam repassadas para os times comerciais.

Tendências e inovações recentes de inteligência imobiliária

Nos tópicos anteriores, explicamos o que é inteligência de mercado imobiliário e a importância de utilizar essa ferramenta para analisar a dinâmica do setor de imóveis.

Pesquisas gratuitas e mensais são uma excelente fonte de informação para quem procura entender como tomar a melhor decisão de investimento. Mas quem já está mais familiarizado com essas estatísticas pode ir além e buscar serviços mais personalizados.

Empresas especializadas em inteligência imobiliária trabalham hoje com uso de Big Data para analisar grandes volumes de informação e, mais recentemente, com plataformas de Inteligência Artificial (IA) para tornar este processo ainda mais rápido e preciso. Contratar uma consultoria especializada pode ajudar o seu negócio a sair na frente da concorrência.

Além de ter o diagnóstico preciso sobre o valor de um imóvel em determinada região, é possível prever também qual é a tendência para o futuro, com base na análise de dados. Ou seja, é um passo além da informação contextualizada.

Outra possibilidade é contratar um serviço de geolocalização para receber informações detalhadas sobre regiões e bairros, incluindo até ruas e avenidas. Assim, crescem as chances de acertar na precificação de um imóvel e melhorar o retorno financeiro.

Benefícios para clientes finais

Investidores, compradores e locatários ganham se o mercado imobiliário é guiado por dados, informações e diagnósticos precisos — se a inteligência imobiliária é aplicada na prática, enfim.

Quem está na ponta vendedora consegue maximizar o lucro, calcular a taxa de retorno e reduzir o tempo de desocupação de um imóvel.

Já quem procura a casa própria ou alugar um imóvel consegue também tomar decisões melhores e encontrar as oportunidades de acordo com a necessidade e perfil socioeconômico. O uso de dados permite comprar ou alugar imóveis no preço justo, em vez de supervalorizado, e encontrar em cada região o melhor custo-benefício.

Onde encontrar dados confiáveis sobre o mercado imobiliário?

Perguntas frequentes (FAQ)

1. Inteligência de mercado imobiliário serve apenas para grandes incorporadoras?

Não. Pequenos investidores e imobiliárias locais podem usar dados para decisões mais seguras, mesmo com ferramentas simples ou gratuitas.

2. Inteligência de mercado substitui a experiência de quem conhece o bairro?

Não substitui, mas serve como complemento. A experiência local nos bairros é essencial, mas os dados reduzem o risco de viés e comprovam, com informações reais e confiáveis, tendências que o trabalho de campo não consegue identificar.

3. Quais dados complementares analisar antes de investir em um imóvel?

  • Taxa de Retorno sobre o Investimento (ROI): é um cálculo para estimar o lucro de um investimento imobiliário em relação ao custo. É útil compará-lo ao CDI, taxa que acompanha a Selic, referência para a taxa de juros no Brasil. Se o ROI mensal ou anual é superior ao CDI, o investimento em um imóvel vai trazer lucro maior do que aplicações seguras no Tesouro Direto, por exemplo. Este artigo da Loft traz uma explicação mais detalhada e um ebook sobre o ROI.
  • Índice de Desemprego Local: o IBGE e a Fundação Seade calculam taxas regionalizadas de desemprego. É um indicador que ajuda a entender se a população está com renda e possui condições financeiras de comprar ou financiar um imóvel.
  • Taxa de financiamento imobiliário: a taxa de juros do financiamento imobiliário também influencia na liquidez de um imóvel. Se os juros estão elevados, é possível que menos pessoas tenham condições de financiar a compra em determinado momento. Um modo simples de obter essa informação é analisar as taxas de juros praticadas pelos principais bancos.

Jornalista Hugo Passarelli
Hugo Passarelli

É jornalista com mais de 15 de anos de experiência em grandes veículos, como o Estado de S.Paulo e Valor Econômico. Acredita que morar bem pode estar a um clique de distância. Colabora com o Portas como jornalista autônomo, contribuindo com reportagens e análises sobre o setor imobiliário.

É jornalista com mais de 15 de anos de experiência em grandes veículos, como o Estado de S.Paulo e Valor Econômico. Acredita que morar bem pode estar a um clique de distância. Colabora com o Portas como jornalista autônomo, contribuindo com reportagens e análises sobre o setor imobiliário.