
O preço médio do aluguel residencial em Porto Alegre cresceu 11,78% em 12 meses fechados em julho, mais que o dobro da inflação oficial do país no mesmo período (5,23%). A alta é a segunda maior dos últimos 11 anos, perdendo apenas para 2024 (20,77%), mas indica desaceleração em relação ao ano anterior.
Os dados são do Secovi-RS, e considera apenas imóveis disponíveis para locação. O estudo analisou 60 bairros na cidade. Apartamentos de um e dois dormitórios representam cerca de 39% do grupo de residenciais.
Segundo o presidente do Secovi-RS, Moacyr Schukster, os valores na capital gaúcha continuam em alta por causa da demanda aquecida. “Os potenciais compradores estão com mais dificuldade em conciliar a renda com as prestações. Com isso, sobra o quê? O aluguel, porque a pessoa precisa ter um lugar para morar”, avalia.
Já o economista e professor da Universidade Feevale, José Antônio Ribeiro de Moura, cita que juro alto, critérios mais rígidos para financiamento e incertezas econômicas como fatores que favorecem o mercado de locação. “Quem tem intenção de comprar está receoso porque vai comprar com um custo muito alto”, explica.
Desaceleração dos preços
Embora ainda em alta, os preços do aluguel apresentam desaceleração, numa espécie de acomodação após o pico registrado no ano passado. Segundo o Secovi-RS, os valores estão voltando à normalidade após a escalada dos preços que ocorreu devido às inundações de 2024.
Segundo o economista José Antônio Ribeiro de Moura, essa perda de ritmo costuma ser natural após picos de elevação. “Sempre quando há uma situação de maior pressão, vamos dizer assim, os preços sobem com mais força em um período mais curto. Mas o mercado vai se ajustando ao longo do tempo, ainda mais que não tivemos muita novidade recente”.
Em julho de 2025, Porto Alegre tinha 3.795 imóveis residenciais disponíveis para locação, 20% maior que no mesmo período do ano passado (3.145). O aumento na quantidade de unidades para locação contribui para desaceleração nos preços, mas não com peso suficiente para forçar recuo maior, segundo o especialista.
*Com informações GZH