
O Banco Central (BC) deve iniciar testes de um novo modelo de crédito imobiliário em 2026, com possível implementação em 2027. A informação foi confirmada pelo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Renato Correia, após reunião com a diretoria do BC, incluindo o presidente Gabriel Galípolo.
O setor propôs utilizar até 5% dos depósitos da caderneta de poupança que ficam parados na forma de compulsório para o teste. “Eles disseram que topam fazer o teste, o que está aderente ao nosso pleito”, afirmou Correia. O BC sinalizou aprovação, mas ainda não definiu o percentual exato de recursos destinados ao projeto.
A criação de um período de teste de um ano foi uma demanda específica da construção civil, preocupada com os efeitos de mudanças bruscas no modelo de crédito. Participaram da reunião o presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, e o presidente-executivo do Secovi-SP, Ely Flávio Wherteim.
O novo modelo surge como resposta ao cenário de escassez de funding, especialmente da caderneta de poupança. Com o período de transição, a autoridade monetária abre espaço para consenso em torno da proposta, o que pode acelerar a aprovação no Conselho Monetário Nacional (CMN).
Novo mecanismo estimula financiamentos habitacionais
A proposta prevê que, para cada real destinado ao crédito imobiliário, o banco seja autorizado a usar o mesmo valor da caderneta para aplicações livres em modalidades mais lucrativas. Atualmente, 65% dos depósitos da poupança vão para financiamentos imobiliários, 20% ficam como compulsório e apenas 15% podem ser usados livremente pelos bancos.
Os empresários também solicitaram correção do teto de preços de imóveis financiáveis pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH), congelado em R$ 1,5 milhão desde 2018. Com reajuste, o valor ficaria entre R$ 2,1 milhões e R$ 2,4 milhões.
*Com informações de Estadão e Valor Investe