
O segundo leilão de Certificados de Potencial Adicional de Construção (CEPACs) da Operação Urbana Água Branca, na zona Oeste de São Paulo, terminou com baixa adesão na quinta-feira (31). A Prefeitura de São Paulo ofertou 24 mil certificados, mas vendeu apenas 7.301 não residenciais, arrecadando R$ 8,2 milhões.
A região é considerada proeminente para projetos residenciais e comerciais, pela proximidade com as marginais do Tietê e Pinheiros e estações de trem e metrô.
O certame disponibilizou 12 mil certificados residenciais e 12 mil não residenciais. No entanto, nenhum certificado residencial foi arrematado, enquanto os não residenciais tiveram adesão de aproximadamente 60%. Se vendesse a totalidade, a arrecadação seria de R$ 26,6 milhões.
Os certificados aumentam o potencial construtivo de terrenos nos trechos da Barra Funda, Pompéia, Perdizes e Água Branca. A região apresenta boa demanda para empreendimentos residenciais e corporativos, especialmente a Barra Funda, mas o preço foi considerado alto demais pelas incorporadoras.
Incorporadoras consideram preços inviáveis para projetos
Os valores mínimos fixados pelo leilão eram de R$ 1.093,42 para certificados residenciais e R$ 1.128,27 para não residenciais, mas foram considerados altos demais.
Empresas que já atuam na região, como Tecnisa, Vitacon, Alimonti e Grupo Kallas, não demonstraram interesse.
Segundo uma fonte ouvida pelo portal Metro Quadrado, os projetos só seriam viáveis vendendo apartamentos a pelo menos R$ 15 mil o metro quadrado. O valor seria alto demais para a maioria dos empreendimentos da região.
“Quem constrói ali tem feito projetos HIS (Habitação de Interesse Social) justamente para não precisar de CEPACs”, disse em condição de anonimato. Ele estima que o preço deveria cair para cerca de R$ 500 para começar a valer a pena.
O leilão de CEPACs da Água Branca aproveitou as sobras da primeira rodada de dezembro de 2023, quando 214 mil dos 350 mil certificados residenciais foram vendidos por R$ 234 milhões.
Em agosto, outro leilão na Faria Lima também ficou abaixo da expectativa, vendendo 57% dos 164,5 mil certificados oferecidos.
Os valores obtidos pela administração municipal neste leilões são direcionados a obras previstas na lei da operação urbana, como habitação de interesse social, reurbanização de favelas, drenagem e preservação de patrimônio.
*Com informações de Metro Quadrado

