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Déficit habitacional cai, mas aluguel caro vira vilão

Brasil teve déficit habitacional de 5,98 milhões em 2023; alta do custo do aluguel responde por 61,3% do déficit e pesa nas grandes regiões

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déficit habitacional
Imagem: privetik/iStock

O Brasil encerrou 2023 com falta de 5,98 milhões de moradias, equivalente a 7,6% do total de residências ocupadas, segundo a Fundação João Pinheiro (FJP). Isso significa que em cada 100 lares brasileiros, oito fazem parte do chamado ‘déficit habitacional’. Os dados – que são os mais recentes – representam queda de 3,8% em relação a 2022, mas revelam concentração regional preocupante.

O déficit habitacional predomina nas áreas metropolitanas e urbanas, principalmente no Sudeste (76,6%), Sul (68,5%) e Centro-Oeste (60,9%), onde a pressão do mercado imobiliário encarece o acesso à moradia, aponta o estudo.

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) estima necessidade de R$ 2 trilhões em investimentos até 2033 para zerar essa falta de habitações no país.

Aluguel caro se torna principal vilão

O custo alto com aluguel tornou-se o principal componente do déficit em 2023, respondendo por 61,3% do índice geral, com 3,66 milhões de domicílios. “O componente do aluguel está em quase todas as regiões do Brasil chama muito a atenção, com peso maior sobre as capitais, como é o caso de São Paulo”, destaca Frederico Poley, coordenador de Habitação e Saneamento da FJP.

Há uma década, o principal componente era a coabitação. Desde 2022, porém, o maior peso está no custo do aluguel, considerado excessivo quando compromete 30% ou mais da renda mensal familiar. Cerca de 85% do ônus concentra-se em domicílios com renda de até dois salários mínimos.

O Sudeste concentra a maior parte do problema, com 2,31 milhões de domicílios em déficit, seguido pelo Nordeste (1,63 milhão). São Paulo sozinho representa 26,4% do déficit nacional.

Mudança no perfil exige novas políticas

Segundo Isadora Guerreiro, do Laboratório Direito à Cidade da Universidade de São Paulo (USP), a mudança reflete a concentração do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) nas políticas habitacionais. “A solução habitacional focada apenas na produção de novas unidades é um erro tremendo”, afirma.

A habitação precária respondeu por 20,8% do déficit (1,24 milhão), com maior peso no Norte (40,5%). A coabitação não desejada representou 17,9% (1 milhão de domicílios), também concentrada no Norte.

O Ministério das Cidades informou que está concluindo o programa de Melhorias Habitacionais do Minha Casa, Minha Vida, oferecendo crédito acessível para reformas residenciais.

A região Norte registrou proporcionalmente a pior situação, com 11,9% dos domicílios em déficit habitacional.

*Com informações de Valor Econômico

Marcela Guimaraes
Marcela Guimarães

editora/redatora

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter (revista piauí, rádios CBN, revista GQ e Portal Loft), além de atuar como editora/editora-executiva/editora-chefe (SBT News, rádio CBN, Broadcast/Estadão, Globo Condé Nast e Curto News). Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)

Jornalista colaboradora responsável pelo resumo do noticiário do dia. Tem 28 anos de experiência com atuação como repórter (revista piauí, rádios CBN, revista GQ e Portal Loft), além de atuar como editora/editora-executiva/editora-chefe (SBT News, rádio CBN, Broadcast/Estadão, Globo Condé Nast e Curto News). Também foi apresentadora de TV (RIT), além de atuar como podcaster (Veja, Wired, Estadão Blue Studio)