
A incorporadora Gafisa está sendo processada por clientes devido a atrasos na entrega de empreendimentos em São Paulo. A empresa, sob comando de Nelson Tanure, enfrenta desafios financeiros e tenta recuperar a confiança do mercado.
Compradores do Invert Campo Belo, projeto com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 295 milhões lançado em 2021, contrataram o escritório Viviane Amaral Advogados Associados para notificar a Sociedade de Propósito Específico (SPE) responsável pela obra.
O empreendimento deveria ter sido entregue em maio de 2023, mas as obras estão estacionadas em 86% de conclusão desde abril. Clientes exigem conclusão imediata ou destituição da incorporadora.
“Eles colocam meia dúzia de funcionários para caracterizar que a obra não está parada, mas ela não está evoluindo e isso é claramente uma manobra”, disse uma cliente ouvida pelo Metro Quadrado. A Gafisa prometeu entregar as chaves apenas em abril de 2025, totalizando quase dois anos de atraso.
Outro projeto da incorporadora afetado é o Flow, também lançado em 2021 com VGV de R$ 134 milhões. Originalmente previsto para julho de 2023, o prazo já foi postergado quatro vezes, com entrega agora programada para novembro de 2024.
No Ibirapuera Park, entregue no início deste ano, moradores acusam a companhia de finalizar as obras “a toque de caixa” para não estourar o prazo legal, deixando problemas nas edificações. Uma perícia foi contratada para embasar processo contra a incorporadora.
O advogado Marcelo Tapai explica que os atrasos não são exclusividade da Gafisa, mas há preocupações adicionais sobre a saúde financeira da empresa. “Temos problemas já há algum tempo para receber ações já sentenciadas pois não estamos conseguindo encontrar bens da Gafisa”, afirmou.
A Gafisa informou que atualizou as previsões de entrega dos empreendimentos e mantém “diálogo constante e próximo” com os clientes, reafirmando o compromisso com comunicação transparente.
*Com informações de Metro Quadrado