
A escalada da inadimplência no mercado de locação residencial, dos 3,09% registrados em março para 3,59% em junho, tem movimentado o setor de garantias locatícias, que já fatura cerca de R$ 300 milhões/ano.
Segundo o InfoMoney, o fim do QuintoCred, produto de garantia locatícia do Quinto Andar, acelerou um processo de consolidação em um mercado ainda jovem.
A Loft, por exemplo, absorveu parte da carteira do QuintoCred e projeta fechar 2025 com 650 mil contratos de fiança sob gestão, contra os atuais 500 mil.
A empresa, líder nacional em fiança aluguel, ingressou no setor em 2021, ao adquirir 100% da CredPago.
Já o Grupo OLX, dono dos portais Zap, Viva Real e OLX, firmou parceria com a Creditas para terceirizar as garantias. Entre janeiro e agosto de 2025, a Creditas cresceu 280% no segmento. “É um mercado que haverá uma seleção natural”, diz Daniel Ricci, da Creditas.
Sandro Westphal, vice-presidente de alianças e parcerias estratégicas da Loft, defende que escala, capital e tecnologia são essenciais para a sobrevivência no setor de garantias profissionais. “Sem isso não é fácil manter a operação em pé. Por isso vemos uma concentração natural entre os maiores”, afirma.
A companhia também aposta em inovação com o Garantia Investe, uma “caução turbinada” onde o dinheiro da garantia é investido em títulos do Tesouro Nacional, o que garante mais rentabilidade ao inquilino, e a operação é certificada pelo Banco Central, trazendo mais segurança para o proprietário.
Westphal, recentemente nomeado integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), destaca ainda a solidez das garantias profissionais, reguladas pela Lei do Inquilinato, e sua contribuição para o fechamento de novos contratos de locação de forma ágil.
Na Onda (antiga Onda Segura), o sistema de garantias estimula as imobiliárias a ampliar o contato humano para reduzir as sinistralidades. “O modelo de Warranty as a Service (WaaS) cria um score para imobiliárias, conferindo um cashback de até 20% para aquelas que acompanham mais de perto os casos e são mais criteriosas com inquilinos na hora de fechar os contratos”, explica Douglas Vecchio, fundador da empresa.
Atualmente, apenas 40% do mercado utiliza alguma forma de garantia locatícia – um dado que, diante da alta da inadimplência, pode abrir espaço para novas ondas de crescimento no setor.
Com informações de InfoMoney