
Os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) ainda negociam abaixo do valor patrimonial, criando oportunidades para investidores institucionais que montam posições no setor, segundo executivos ouvidos pelo jornal Valor Econômico.
“A gente começa a ver um crescimento, e eu acho que esse é o caminho para as distorções irem diminuindo”, afirma Brunno Bagnariolli, sócio da JiveMauá, em evento da XP em São Paulo.
Diferença entre valor patrimonial e cotação diminui
O diretor de mercado imobiliário da XP Inc., Bruno Gargiolli, observa redução gradual da diferença entre valor patrimonial e cotação na B3 desde março.
“Eu posso afirmar que tem institucional muito grande fazendo movimento há algum tempo, que já ganhou dinheiro pegando essa curva inteira de recuperação nesses últimos meses. Para mim, é o sinal mais claro de que o mercado está seguindo seu caminho”, comentou o executivo em encontro que discutiu o cenário de fundos listados.
Para o sócio do Pátria Investimentos, Rodrigo Abbud, os FIIs sofrem com a instabilidade do varejo, que representa mais de 95% dos investidores. “Essa indústria é muito jovem, então a gente comemora 3 milhões de investidores”, avalia.
“Você vê o investidor institucional comprando imóveis na Faria Lima e vê o fundo listado, muitas vezes, puxado pelo pânico de pessoas físicas”, explica Abbud.
Já Bagnariolli, da JiveMauá, avalia que o problema não será resolvido no curto prazo “porque o Brasil é um país de juro alto”. “Principalmente os FIIs de tijolo continuarão tendo essa característica mais volátil, mais descolada frente ao patrimonial”, prevê.
O executivo defende fundos negociados no balcão da B3 sem volatilidade. “Existe, sim, um valor em tirar esta parte da equação da mesa”, argumenta. “Não, os dois convivem. Todos eles têm o seu lugar ao sol”, conclui sobre a coexistência entre fundos listados e cetipados.
*Com informações de Valor Econômico

