Kitnets mobiliadas têm boom e fila de espera em Fortaleza

O crescimento da demanda por praticidade e custos reduzidos no mercado imobiliário vem provocando um fenômeno em Fortaleza (CE): um boom nas buscas de kitnets mobiliadas.

Os apartamentos compactos, sem divisórias internas e totalmente equipados, estão conquistando diversos tipos de moradores. Em alguns empreendimentos da capital cearense há até fila de espera.

No bairro Meireles, por exemplo, uma empresa imobiliária registra taxa de ocupação de 100% em suas 62 unidades. Os espaços medem de 15 m² a 25 m² e incluem mobiliário completo.

Outras 30 unidades estão sendo montadas em contêineres de 18 m², no mesmo terreno do prédio e já vêm com cama de casal, climatização, refrigerador e fogão.

Localização nobre justifica valores

As kitnets custam aproximadamente R$ 2 mil mensais, com água, internet e IPTU inclusos, portanto, acabam sendo um bom negócio. A localização também impulsiona a procura.

“Bairros valorizados oferecem maior sensação de segurança. Na capital cearense, esse fator é decisivo na escolha por espaços compactos”, argumenta Luiz Neto, gestor do empreendimento Meireles, em entrevista ao Diário do Nordeste.

O bairro ocupa a segunda posição entre os bairros mais caros para locação em Fortaleza, segundo dados do FipeZap, registrando R$ 47,1 por metro quadrado.

Setor aquecido diversifica público-alvo

A região turística, incluindo Beira Mar e Praia de Iracema, concentra o maior movimento de imóveis equipados, conforme Adriana Neves, do Creci-CE. O segmento atrai principalmente jovens iniciantes na carreira e pessoas em situação habitacional temporária, além de oferecer opções à hotelaria.

“Os imóveis mobiliados acabam sendo mais baratos do que hotéis. Como Fortaleza tem uma carência muito grande hoteleira, acaba que esses imóveis por temporadas suprem”, afirma. 

Para quem considera investir, a economista Ana Alves sugere uma avaliação criteriosa. Imóveis de 28 m² custam em média R$ 245 mil. “Com rendimento anual de R$ 12 mil em locação, o retorno do investimento levaria duas décadas”, pondera.

*Com informações de Diário do Nordeste