
A capital mineira registrou queda de 40,9% no lançamento de unidades imobiliárias no primeiro semestre de 2025 comparado ao mesmo período de 2024. O recuo está atrelado às políticas municipais de Belo Horizonte, que limitam a verticalização e a ampliação de projetos como o Minha Casa, Minha Vida, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
Dados do relatório Indicadores Imobiliários Nacionais da instituição apontam também a queda de 31,7% nas vendas de empreendimentos na capital mineira, a maior entre as capitais do Sudeste.
Para especialistas, a defasagem do Plano Diretor é considerada importante entrave para o mercado imobiliário. Apesar de ser a sexta cidade mais populosa do Brasil, a capital mineira ocupa apenas a 15ª posição no ranking de verticalização.
Segundo Guilherme Werner, da Brain Inteligência Estratégica, Belo Horizonte destoou do desempenho do Sudeste, que registrou crescimento de 22% no primeiro trimestre. São Paulo avançou 29,3% em lançamentos, enquanto Rio de Janeiro (-2,5%) e Vitória (-53,6%) também recuaram.
Restrições limitam habitação de interesse social
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Raphael Lafetá, destaca que o Plano Diretor inviabiliza projetos de interesse social. Em São Paulo, a faixa 3 do Minha Casa, Minha Vida representa 45% do estoque total, no Rio 35%, enquanto Belo Horizonte responde por apenas 1,1%.
“Cidades como São Paulo já possuem uma legislação amigável que incentiva habitações de interesse social em diversas áreas, resultando em mercado mais aquecido”, pontua.
Apesar do recuo nos lançamentos, a capital mineira movimentou R$ 2,1 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV) para lançamentos no primeiro semestre de 2025.
*Com informações de Diário do Comércio