Magik JC quer "reoxigenar" centro de SP com moradia social

A incorporadora Magik JC atua exclusivamente no centro de São Paulo e quer promover uma “reoxigenação” da região com moradia de qualidade e baixo custo. “O centro já tem a infraestrutura, já tem o metrô, já tem o museu. O que falta é aquele sopro”, afirma o CEO André Czitrom, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

Fundada no início da década de 1970 pelo romeno Joseph Czitrom, a companhia operou por anos na zona Leste antes de migrar para o centro em 2015. A empresa foi uma das primeiras a aprovar negócios com a Caixa Econômica Federal através do Minha Casa, Minha Vida em 2009.

André Czitrom se uniu ao pai em 2015 para focar em empreendimentos na região central. “Sou engenheiro, mas fui fazer uma pós-graduação em história da arte e estudar impacto social nos Estados Unidos. Voltei completamente diferente”, conta o executivo.

A incorporadora criou o Soma (Sociedade Organizada de Moradia Acessível), projeto social que atende mães solteiras, refugiados e moradores de cortiço. O programa oferece apartamentos por R$ 1.300 no centro, com arquitetura de primeira linha.

Estratégia de crescimento responsável

A Magik JC fatura R$ 200 milhões em vendas anuais e planeja crescer para R$ 380 milhões nos próximos três anos. “Montamos uma estratégia para crescer de forma muito responsável e orgânica”, destaca Czitrom.

A empresa trabalha com terrenos menores na região central, estratégia que grandes incorporadoras evitam. “Uma empresa grande não compra esse tipo de terreno, porque é pequeno para eles”, explica o CEO.

Czitrom compara o centro de São Paulo ao “famoso dia seguinte do churrasco: quando você dá umas três assopradas, põe mais carvão e vem o fogo de novo”. A incorporadora pretende fazer retrofit pelo Minha Casa, Minha Vida, atendendo convite da Caixa.

O executivo avalia positivamente a mudança da sede do governo estadual do Morumbi para o centro, mas alerta para especulação imobiliária. “Empresários começam a atuar na região de forma especulativa, que não caminha junto com o objetivo geral”, observa.

A Magik JC levantou capital na Bolsa com as empresas Din4mo e Gaia para viabilizar o projeto de aluguel social, enfrentando desafios de funding em cenário de juros altos.

*Com informações de Folha de S.Paulo