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São Paulo

PIU da zona Leste prevê investimentos bilionários

Programa de Intervenção Urbana Arco Leste da Prefeitura de São Paulo tenta atrair incorporadoras com obras públicas de infraestrutura, foco em mobilidade, habitação e redução de desigualdades regionais

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PIU zona Leste de São Paulo
Aerial view of Avenida Radial Leste, in the eastern region of the city of Sao Paulo, Brazil

A Prefeitura de São Paulo abriu há um mês a terceira consulta pública desde 2022 para o Plano de Intervenção Urbana (PIU) Arco Leste, projeto que pretende tornar a zona Leste mais atrativa para incorporadores através de investimentos públicos em infraestrutura. O plano cobre 11 distritos, de Belém e Tatuapé até São Miguel e Itaim Paulista, totalizando 4,5 mil hectares onde vivem 2 milhões de pessoas.

Os investimentos públicos serão direcionados para mobilidade, habitação, saneamento, drenagem e parques, com custos estimados na casa de bilhões de reais. “A zona Leste precisa de equipamentos públicos que aproximem a população das oportunidades de emprego e renda”, disse Rafael Castelo, diretor da SP Urbanismo, ao Metro Quadrado.

Desigualdades regionais marcam território

O território do Arco Leste está dividido em três porções com características urbanas distintas, refletindo desigualdades históricas. A parte oeste, que inclui o Tatuapé, é a mais desenvolvida e já virou sinônimo de valorização imobiliária. A porção central, com Avenida São Miguel e Ermelino Matarazzo, registra baixo índice de empregos por habitante.

O trecho mais ao leste, abrangendo São Miguel, Vila Curuçá e Itaim Paulista, é o mais vulnerável, marcado por terrenos subutilizados e casas autoconstruídas. A ideia é que outros bairros da região Leste deixem de ser apenas lugares dormitórios e vivam o dinamismo econômico já percebido no Tatuapé.

Mercado demonstra cautela com viabilidade

Nem todos no mercado estão convencidos de que o PIU criará oportunidades imediatas. A Porte, incorporadora com forte presença na região, tem dúvidas sobre a capacidade real do plano. “Precisamos entender melhor quais são as condições oferecidas. Não há clareza sobre os incentivos urbanísticos, e sem isso é difícil estimar viabilidade”, disse Igor Melro, diretor comercial da Porte. “Além disso, a infraestrutura e mobilidade são gargalos que, mesmo com o plano, não se resolvem no curto prazo.”

Gabriel Cançado, CEO da Holos Incorporadora, vê oportunidades no projeto, e considera o PIU como uma chance de reposicionar a região no mapa da cidade, inclusive para habitação de interesse social. “A zona Leste tem espaço para se transformar em um polo de crescimento. Se as intervenções acontecerem, o mercado vai acompanhar”, argumenta.

A consulta pública, aberta até este mês, servirá para elaborar a minuta do decreto que criará as Áreas de Estruturação Local (AELs), com regras específicas de ocupação. Só após nova rodada de contribuições no fim do ano será possível conhecer detalhes sobre incentivos como coeficiente de aproveitamento maior ou redução de outorga onerosa.

*Com informações de Metro Quadrado

Time Portas

O time de redação do Portas é responsável por produzir conteúdos que explicam e analisam, com profundidade e objetividade, os principais movimentos do mercado imobiliário.

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